Avaliação da participação da lesão do glicocálix endotelial na fisiopatologia da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) secundária à infecção pelo vírus influenza A

Resumo

Introdução: O glicocálix endotelial é uma fina camada de material proteináceo que reveste a superfície endotelial do vaso. Recentemente, vem sendo apontadas algumas funções fisiológicas para esta estrututura tais como: controle da permeabilidade vascular, participação na adesão de células inflamatórias e plaquetárias, etc. A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) pode ser observada durante infecção pelo vírus influenza A (H1N1), conferindo alta mortalidade inclusive em pacientes joves. O mecanismo de comprometimento pulmonar na SDRA secundária a este vírus não é completamente conhecido, contudo, alteração na permeabilidade vascular, migração de macrófagos e ativação inflamatória são características marcantes na unidade alvéolo-capilar destes pacientes.Objetivo: Avaliar a participação da lesão do glicocálix endotelial no desencadeamento de SDRA induzida pela infecção pelo vírus influenza A (H1N1).Metodologia: Será realizada dosagem de marcardores da lesão do glicocálix endotelial (sindecano-1) e de lesão celular endotelial (trombomodulina) através de kits comercias de ELISA em três grupos diferentes: pacientes com síndrome gripal sem SDRA (n=25); pacientes com síndrome gripal com SDRA (n=25) e indivíduos controles saudáveis (n=25). Avaliar-se-á também a correlação dos níveis destes marcadores com os níveis das seguintes citocinas inflamatórias (TNF-alfa, IL-6 e IL-1-beta). Significância: Caso se confirme a participação da lesão do glicocálix endotelial na SDRA desencadeada pela infecção do vírus influenza A, abre-se a perspectiva de terapêuticas voltadas para a preservação/restauração do glicocalix e, consequentemente, prevenção da SDRA. Além disso, um resultado positivo deste estudo transversal permitirá a realização de potencial coorte proospectiva, utilizando-se deste biomarcardor para seleção de pacientes com maior risco de desenvolvimento de SDRA após infeção pelo vírus influenza A, permitindo o estabelecimento de tratamento antiviral individualizado e de maior vigilância clínica nestes pacientes. (AU)