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"Saúde Pública e alimentação no contexto prisional: uma análise interseccional"

Processo: 22/12541-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2022
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2023
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:José Miguel Nieto Olivar
Beneficiário:Beatriz Oliveira Santos
Instituição Sede: Faculdade de Saúde Pública (FSP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:21/06897-9 - Cosmopolíticas do cuidado no fim-do-mundo: gênero, fronteiras e agenciamentos pluriepistemológicos com a saúde pública, AP.JP2
Assunto(s):Amazônia   Encontro de saberes   Fim do mundo   Gênero   Saúde pública   Antropologia médica
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Amazonia | Cosmopolíticas | Encontro de Saberes | Fim do Mundo | Gênero | Saúde Pública | Antropologia da Saúde

Resumo

Introdução: A alimentação no contexto carcerário é responsabilidade do Estado edireito básico do encarcerado. Em Manaus, local desta pesquisa, a administraçãocarcerária proibiu em 2019 a entrada de qualquer alimento externo levado porfamiliares em visitas a seus parentes privados da liberdade, junto a outros intensbásicos que compunham o chamado "futuro". Quais são os caminhos e símbolosmobilizados por, com e através da alimentação nesse contexto? Objetivo: O objetivodesta pesquisa é construir uma trilha de conhecimento sobre as condições de saúdee alimentação no contexto prisional da cidade de Manaus, compreendendo asestratégias de regulação utilizadas pelo sistema prisional dentro de uma lógica depunição e como sobreviventes e seus familiares vivenciam essas mudanças. Métodose Procedimentos: Foi realizada uma etnografia com realização do trabalho de campona cidade de Manaus (AM) entre janeiro e fevereiro de 2023, junto ao coletivo defamiliares de presos do Amazonas (FAPAM). Essa pesquisa por se realizar emparceria com a FAPAM espera contribuir em suas lutas de cuidado e de reivindicaçãode justiça. Resultados: Através dos encontros do coletivo, direciono meu trabalhopara acompanhar a prática política e de apoio aos sobreviventes do sistemacarcerário, a partir de conversas e trocas construímos uma linha de fatos e seus efeitosno aumento do punitivismo da administração penitenciaria sobre a populaçãocarcerária. No dia 31 de dezembro de 2016, uma rebelião no Complexo PenitenciáriaAnísio Jobim (COMPAJ), em Manaus, deixou 56 detentos mortos e durou 17 horas.Esse evento abriu um novo período de normatização interna das unidades carcerárias,intensificando processos punitivos para os presos e suas famílias, com regulação emquantidades de comida e proibição total de sua entrada. Esses processos punitivostêm na regulação da alimentação um mecanismo central, sinalizando um recursoprodutivo na efetivação e coletivização das punições. Familiares, principalmente,mães e esposas, vítimas dessa dinâmica são sujeitos fundamentais para identificar edenunciar as violências institucionais, inclusive a produção de fome e as múltiplasviolações aos direitos à saúde e à alimentação adequada. Considerações finais: Nocontexto analisado, a questão da alimentação assume um papel central na interaçãoentre presos, famílias e a estrutura carcerária, sendo influenciada pelos aspectos degênero e raça. Isso evidencia como o controle alimentar se torna uma ferramentaadicional de punição. A fome gerada pelo encarceramento reverbera entre o detentoe sua família, tendo efeitos dramáticos nas visitas e nas dinâmicas familiares.

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
BEATRIZ OLIVEIRA SANTOS; MELISSA YASMIN ALVES TARRÃO; JOSÉ MIGUEL NIETO OLIVAR; BÁRBARA HATZLHOFFER LOURENÇO. Aleitamento materno exclusivo entre pessoas em situação de cárcere: abordagem interseccional e abolicionista para análise da produção científica no Brasil entre 2000 e 2022. Saúde e Sociedade, v. 33, n. 1, . (22/12541-5, 21/06897-9)