Avaliação de microalgas como agentes de biorremediação de contaminantes emergentes junto ao tratamento terciário de efluentes

Resumo

Contaminantes emergentes são compostos, orgânicos ou inorgânicos, que vêm sendo detectados em diferentes ambientes, podendo indicar riscos tanto para o meio ambiente como para o ser humano. Nessa grande variedade de compostos, incluem-se os fármacos e matérias-primas industriais. Sua presença nos corpos hídricos, juntamente com nutrientes residuais, como nitrogênio (N) e fósforo (P), pode dificultar o tratamento de água para fins de consumo humano. Um importante ponto de passagem de alguns contaminantes emergentes são as estações de tratamento de esgoto (ETEs), onde, nos tratamentos secundários dos efluentes, esses contaminantes e nutrientes podem não ser totalmente removidos. Nesse contexto, a inclusão do tratamento terciário, com microalgas, poderia contribuir para a remoção simultânea de nitrogênio, fósforo, coliformes e contaminantes emergentes, além de produzir biomassa de microalgas com potencial de aplicação para produção de biocombustíveis, por exemplo. Assim, este projeto visa avaliar o emprego de microalgas na remoção de contaminantes emergentes (sulfametoxazol, trimetoprim, 17-²-estradiol e bisfenol A), bem como nutrientes (nitrogênio e fósforo) e coliformes, em efluentes já submetidos ao tratamento secundário em ETE. Tem ainda por objetivo sequenciar o genoma de linhagens de microalgas com capacidade de remoção de contaminantes emergentes, para identificação e caracterização, por meio de ferramentas de bioinformática, de enzimas e/ou vias metabólicas potencialmente envolvidas em processos de biodegradação de contaminantes emergentes. O presente projeto está em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), mais especificamente com os objetivos 6 (água potável e saneamento), 7 (energia limpa e acessível), 13 (ação contra a mudança global do clima) e 14 (vida na água). (AU)