Sistemática e evolução de Proechimys iheringi Thomas: a perspectiva do DNA mitocondrial

• Processo: 93/04801-2
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de julho de 1994
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 1996
• Área do conhecimento: Ciências Biológicas - Zoologia - Taxonomia dos Grupos Recentes
• Pesquisador responsável: Sérgio Furtado dos Reis
• Beneficiário: Sérgio Furtado dos Reis
• Instituição Sede: Instituto de Biologia (IB). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Mamíferos Roedores Proechimys Evolução animal Filogenia molecular
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Evolucao | Mamiferos | Proechimys | Roedores | Sistematica Molecular

Resumo

Proechimys iheringi, subgênero Trinomys, é um roedor da família Echimyidae que se distribui desde o estado de Sergipe até o estado de São Paulo (Moojen, 1948; Pessoa et al., 1993). A taxonomia atual de P. iheringi é baseada na obra de Moojen (1948) que inclui uma estrutura subespecífica formal e uma hipótese alternativa, que postula diferentes níveis de diferenciação e isolamento entre as populações desta espécie. Segundo a estrutura formal seis subespécies são reconhecidas, principalmente em função do aumento do número de dobras nos dentes molariformes, de norte para sul, ao passo que sob a hipótese alternativa, duas formas, P. i. iheringi e P. i. paratus, poderiam estar isoladas ao nível de espécie. Nossos estudos de variação morfológica e craniométrica nesta espécie revelaram a existência de uma nova subespécie, P. i. eliasi (Pessoa & Reis, 1993), além de permitirem o teste das hipóteses formuladas originalmente por Moojen (1948; Pessoa & Reis, 1994). A variação craniométrica revelada pelas análises estatísticas não é congruente com a estrutura subespecífica formal corroborando, todavia, a conjectura de Moojen (1948) de que P. i. paratus e P. i. iheringi possam ser isoladas em nível de espécie (Pessoa & Reis, 1994). As demais formas reconhecidas pela taxonomia atual como P. i. denigratus, P. i. gratiosus, P. i. panema, P. i. bonafideie P. i. eliasi podem constituir outro táxon, especificamente isolado de P. i. iheringi e P. i. paratus. O padrão de variação neste grupo de populações é complexo e envolve alterações abruptas em caracteres craniométricos que podem ou não estar associadas com a latitude. A evidência da morfologia e morfometria craniana sugere, assim, que P. iheringi possa emergir como um complexo de três espécies intimamente relacionadas, com padrões complexos de variação infra-especifica. Nossos estudos têm utilizado, até o momento, somente marcadores morfológicos analisados em um número reduzido de amostras disponíveis em museus. O objetivo deste projeto é estabelecer um programa de pesquisas, empregando agora marcadores que amostrem o genoma de P. iheringi, e que nos permitam testar as hipóteses de diferenciação e evolução geradas pela morfologia. Nós pretendemos utilizar sequências de DNA mitocondrial para analisar a variabilidade genética (molecular) entre indivíduos e populações, relacionamento genealógico e fluxo gênico em P. iheringi, em particular em áreas onde, possivelmente, populações diferenciadas entrem em contato, com o objetivo de delinear unidades evolutivas (cf. Srnith & Patton, 1988; Patton k, Smith, 1993), visando à compreensão da biologia e história evolutiva desta espécie. (AU)