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O discurso e a história: a filosofia no Brasil no Século XIX

Processo: 22/06715-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no exterior
Vigência: 01 de outubro de 2022 - 30 de setembro de 2023
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Filosofia Brasileira
Pesquisador responsável:Júlio Miranda Canhada
Beneficiário:Júlio Miranda Canhada
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Vinculado à bolsa:21/05718-3 - Usos do passado: percursos pela Filosofia no Brasil, BP.PD
Assunto(s):História da filosofia  Ensino de filosofia  Ecletismo  Positivismo  Brasil Império  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Brasil Império | Ecletismo | Ensino de Filosofia | filosofia brasileira | História da Filosofia | Positivismo | História da Filosofia

Resumo

Este livro é resultado de minha pesquisa de doutorado, defendida no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo e financiada pela Fapesp. Trata-se do exame de um tema pouco explorado e pouco conhecido: a filosofia no Brasil produzida em período anterior à criação das universidades. Mais especificamente, o objeto analisado no livro são produções filosóficas brasileiras das décadas posteriores à Independência até fins do século XIX. O trabalho se inicia por uma investigação acerca do estabelecimento da filosofia profissional-universitária no Brasil, que se deu por volta de 1950, sobretudo através da análise do método estrutural de leitura de textos filosóficos. Examino as marcas deixadas por essa perspectiva metodológica em relação às incompreensões dela advindas a respeito da filosofia brasileira pré-universitária. Em seguida, proponho uma análise crítica de uma longa historiografia da filosofia no Brasil, a qual foi responsável pela criação de um senso comum segundo o qual a produção filosófica brasileira seria essencialmente falha. Procedi a uma reavaliação dessa história da história da filosofia no Brasil, selecionando cinco autores cujas perspectivas são exemplares de uma postura que acaba por desqualificar as produções filosóficas brasileiras: Sílvio Romero, Leonel Franca, João Cruz Costa, Antonio Paim e Paulo Arantes. Dirigindo-me propriamente ao século XIX, investigo a obra filosófica de Domingos José Gonçalves de Magalhães, que em 1858 publicou Fatos do espírito humano, considerado pelos contemporâneos como o primeiro livro de filosofia publicado por um brasileiro. Analisei as distinções em jogo na atribuição de inauguração a Gonçalves de Magalhães, examinando, por um lado, o que naquele momento se compreendia como religião, metafísica e ciência, e, por outro lado, procurando compreender a história do ensino de filosofia no Brasil Imperial, destacando as instituições de ensino e os manuais e compêndios destinados aos alunos de filosofia. Caracterizei a perspectiva filosófica de Gonçalves de Magalhães como uma apropriação da filosofia eclética formulada principalmente por Victor Cousin e Théodore Jouffroy, autores que forneceram a base de sua psicologia espiritualista. A posição de Magalhães, contudo, só se torna inteligível desde que se considere simultaneamente seu adversário: o sensualismo ou materialismo. A polarização entre materialismo e espiritualismo se tornou um ponto de referência para uma grande variedade de produções filosóficas brasileiras do século XIX. Como próximo passo do livro, há a análise das reflexões de Antonio Pedro de Figueiredo, chefe de redação da revista O Progresso, publicada de 1846 a 1848. Figueiredo foi tradutor de Victor Cousin, embora se situasse no polo oposto do espiritualismo eclético, uma vez que se apropriou das posições socialistas de Charles Fourier. Outro autor investigado neste livro é Eduardo Ferreira França, que de início professava posições materialistas, mas, em seguida, se alinha ao espiritualismo. Além disso, por meio de sua obra (principalmente as Investigações de psicologia, de 1854) é possível compreender como se relacionavam o saber médico e o saber filosófico no Brasil oitocentista. Por fim, investiguei duas perspectivas que se posicionam diante de um adversário comum: o espiritualismo. Trata-se, por um lado, do monismo de Tobias Barreto (fundador da Escola de Recife) e, por outro, das relações de Luís Pereira Barreto e Sílvio Romero com o positivismo. O caminho percorrido neste livro foi costurado pelas múltiplas interlocuções estabelecidas entre os autores, cuja investigação requereu lidar com fontes inéditas ou pouco conhecidas, sejam elas brasileiras ou francesas - uma vez que a França era a principal referência intelectual para os intelectuais do Brasil oitocentista. (AU)

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