Expectativas escatológico-apocalípticas e ênfases políticas corporativas no pensamento teológico-político de Pierre Viret (Lyon, 1562-1565)

• Processo: 23/02069-0
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2026
• Área do conhecimento: Ciências Humanas - História - História Moderna e Contemporânea
• Pesquisador responsável: Rui Luis Rodrigues
• Beneficiário: Rui Luis Rodrigues
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Calvinismo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: calvinismo | expectativas apocalípticas | Lyon 1562-1565 | Pierre Viret | sociedades organológico-corporativas | História dos humanismos e do nexo teológico-político na primeira modernidade europeia

Resumo

Este projeto parte do pressuposto de que os anseios apocalípticos apresentavam, nas sociedades ocidentais da primeira época moderna, um caráter orgânico, com raízes nas convicções e expectativas que modelavam aquelas sociedades.Com base em três eixos fundamentais (a existência de uma linguagem escatológico-apocalíptica na primeira modernidade ocidental; a conexão estreita entre as expectativas apocalípticas e a ideia de respublica christiana; e a expressão dessas expectativas num nexo teológico-político que tinha como base uma concepção corporativa de sociedade, valorizadora das liberdades adquiridas pelos múltiplos corpos sociais), pretendemos estudar as configurações escatológico-apocalípticas presentes na obra do reformador huguenote Pierre Viret (1511-1571) durante sua permanência enquanto principal pastor da igreja reformada de Lyon (entre 1562 e 1565).Esse objeto será estudado, por sua vez, em três horizontes específicos: a extensa obra de polêmica religiosa de Viret, escrita por ocasião ou em seguimento ao período do controle calvinista em Lyon; as preocupações pastorais, evidenciadas em tratados, sermões e documentos conciliares (atas dos consistórios), e que procuravam dar conta da disciplina como elemento estruturante da comunidade cristã enquanto "sociedade piedosa"; e a mobilização, pelo pensamento teológico-político de Viret e dos calvinistas de Lyon, dos elementos típicos da sociedade organológico-corporativa, os quais informavam a respublica christiana enquanto autocompreensão básica daquela sociedade. Como resultado desta investigação, esperamos atingir um conhecimento mais acurado do lugar ocupado pelas expectativas apocalípticas no contexto da primeira modernidade ocidental: um lugar cada vez menos relacionado a dinâmicas reputadas como "heterodoxas" e disruptivas do ordenamento social e cada vez mais alinhado com uma concepção orgânica de sociedade. (AU)