Osteoartrite pós-traumática: as piores lesões associadas e diferenças no perfil dos pacientes quando comparados com a osteoartrite primária

• Processo: 24/06404-0
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Artigo
• Data de Início da vigência: 01 de julho de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2024
• Área do conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina
• Pesquisador responsável: Martha Cecilia Castano Betancourt
• Beneficiário: Martha Cecilia Castano Betancourt
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Prefeitura Municipal de Jundiaí. Jundiaí , SP, Brasil
• Assunto(s): Comorbidade Joelho Ferimentos e lesões Osteoartrite Quadril Epidemiologia
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: comorbidade | Joelho | lesão | Osteoartrite | pós-traumática | quadril | Epidemiologia

Resumo

Antecedentes A prevalência estimada de osteoartrite pós-traumática (OPT) é de 10 a 12% e, neste estudo, de 12,4%. Diferentes lesões de joelho e quadril têm sido identificadas como fatores de risco para OTP, mas não há consenso sobre as lesões mais dolorosas e incapacitantes. A identificação dessas lesões pode ajudar na prevenção da PTOA. Além disso, os pacientes com PTOA têm um risco maior de complicações após a artroplastia do que os pacientes com OA primária, talvez devidoa diferenças no perfl e comorbidade que podem ajudar a explicar a diferença. Este trabalho tem como objetivos 1) identificar as lesões passadas mais comuns associadas aos casos de OPT mais dolorosos e incapacitantes em pacientes não atletas e 2) comparar as comorbidades e características entre OTP e OA primária.Métodos. Estudo de coorte retrospectivo de base hospitalar com 1290 participantes com queixas articulares ou que receberam artroplastia. Os registros médicos incluíram informações demográficas, diagnóstico, medicação, tabagismo, história de álcool e comorbidades. Os dados das consultas ortopédicas de janeiro de 2012 até dezembro de 2019 foram revisados e continham o tipo e a data da lesão, pontuação da dor pela escala de classificação numérica e incapacidade de locomoção. Odds Ratio (OR) e 95% de confiançaintervalos são apresentados.Resultados Houve 641 casos com OA primária (65% mulheres) e 104 com PTOA (61% homens). Os pacientes com PTOA eram 7,5 anos mais jovens (P<0,001), relataram mais consumo de álcool (P=0,01) e tiveram maiores chances de fraturas osteoporóticas (OP) e psicose do que pacientes com OA primária (OR=2,0, IC=1,06-3,78 e OR=2,90, CI=-0,91-9,18, respectivamente). Fraturas de joelho foram mais comuns em homens e fraturas de quadril em mulheres (31% e 37,5%, respectivamente, P<0,005). As lesões associadas à PTOA com os maiores escores de dor e incapacidade foram lesões meniscais e fraturas de quadril. Além disso, no grupo com OA primária, houve mais casos de diabetes, hipertensão e hipotireoidismo do que na PTOA. No entanto, após o ajuste, as diferenças foram significativas apenas para diabetes (ORadj=1,78, IC=1,0-3,2).Conclusões Lesões meniscais anteriores e fraturas de quadril foram as lesões associadas à PTOA mais relevantes em relação à dor e incapacidade de locomoção. Isso, juntamente com as diferenças em seu perfl em comparação com a OA primária, pode ajudar a decidir o manejo ortopédico dessas lesões para prevenir complicações como PTOA e recorrência, com planejamento pré-operatório adequado, escolha da cirurgia e tratamento das comorbidades. (AU)