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Marcas antropológicas na obra de Hesíodo. Por que é necessário começar por ele

Processo: 25/03112-1
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Internacional
Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
Data de Término da vigência: 10 de setembro de 2025
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História Antiga e Medieval
Pesquisador responsável:Glaydson José da Silva
Beneficiário:Glaydson José da Silva
Pesquisador visitante: Maria Cecilia Colombani
Instituição do Pesquisador Visitante: Universidad De Morón/Unimoron, Argentina
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):História antiga 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Hesíodo | Mito e identidade | Os Trabalhos e os Dias | Teogonia | História Antiga

Resumo

O projeto do presente seminário consiste em refletir sobre a questão do presente em Hesíodo. Isso significa encarar o autor, reconhecendo uma preocupação com o seu presente e destacando também uma atitude problemática que o distingue de Homero e o coloca num plano que beira a preocupação filosófica. Às teses já conhecidas em que Hesíodo aparece como primeiro filósofo ou, pelo menos, como expoente claro de um pensamento pré-conceitual, queremos contribuir com esta perspectiva, segundo a qual a sua inserção no topos da primeira especulação ou, melhor ainda, atitude filosófica, tem a ver com o seu nível de problematização da realidade em que se insere, dando conta de uma certa inquietação histórica.Hesíodo é um homem do seu tempo histórico e um produto do seu próprio tempo. Hesíodo é confrontado com uma realidade presente em Os trabalhos e os dias e é capaz de reconstruir a razão dessa situação histórica e de antever as possibilidades de um futuro, a partir de uma certa reconstrução do tempo presente. Acontece, então, que podemos intuir uma perceção temporal que, por sua vez, se torna um problema. Em Os trrabalhos e os dias convergem as três temporalidades: passado, presente e futuro. A sua própria realidade histórica é o seu problema, uma dificuldade a considerar a partir das ferramentas interpretativas que o discurso mítico oferece, tendo em conta que se trata da fase final do reinado do discurso mítico como logos dominante. A esta consideração devemos acrescentar a própria localização histórica de Hesíodo entre o final do século VIII e o início do século VII, onde J. P. Vernant situa o nascimento da pólis como uma verdadeira revolução intelectual, facto vital para a nossa incorporação de Hesíodo no quadro de um pensamento pré-conceitual.Hesíodo pensa o seu tempo histórico e isso coloca-o numa posição privilegiada como testemunha de uma conjuntura histórico-antropológica que o impacta e lhe faz uma inquietação sustentada, como parece mostrar-se em Os trabalhos e os dias. Desta forma, Hesíodo torna-se uma testemunha lúcida e empenhada do seu tempo, assumindo, de certa forma, o controle do seu próprio presente e investigando as suas condições de possibilidade. Trata-se de uma dimensão genealógica que abordaremos a partir de um pano de fundo interpretativo diferente da configuração habitual do termo genealogia, tão próximo da Teogonia, como obra emblemática do modelo teogónico. Por fim, queremos expressar que é esta consideração da presente questão e este contacto com o problema que julgamos ver em Hesíodo como um atalho para a novidade. A nossa perspetiva, entre outras, visa pensar esta questão da preocupação ou inquietação com o tempo em que vive, como uma herança hesiódica de forte impacto de sua obra, sobretudo em Os trabahos e os dias, isso e sua absoluta atualidade fazem dela um clássico que nos convida a refletir sobre o nosso próprio tempo histórico. (AU)

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