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O hiv, seu portador e o tratamento antiretroviral: implicacoes existenciais

Processo: 07/06526-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros
Data de Início da vigência: 01 de março de 2008
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2008
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Saúde Coletiva
Pesquisador responsável:Bernardino Geraldo Alves Souto
Beneficiário:Bernardino Geraldo Alves Souto
Instituição Sede: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Assunto(s):HIV  Aceitação pelo paciente de cuidados de saúde  Psicologia  Existencialismo  Infecções por HIV 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Aceitação pelo paciente de cuidados de saúde | existencialismo | Infecções por HIV | psicologia | Síndrome da imunodeficiência adquirida | Terapia antiretroviral de alta atividade | HIV/Aids

Resumo

A respeito da infecção pelo HIV, mesmo em uma fase de adoecimento, em que alterações físicas podem se tornar notáveis, ainda é possível a melhora clínica do paciente e a recuperação da sua aparência, na maioria das vezes. Apesar disso, essa infecção continua sendo uma sentença de morte para muitas pessoas. Não por problemas estruturais, assistenciais, de acesso aos medicamentos ou por outra razão logística qualquer, mas, porque determinados indivíduos não se dedicam ao tratamento antiretroviral, mesmo que não haja, aparentemente, dificuldade para isto. São situações em que toda mobilização assistencial para que o sujeito possa e consiga tomar adequadamente os medicamentos parece não surtir efeito.Por outro lado, há pessoas que, a despeito de imensas dificuldades e sofrimentos que surgem em seu percurso com o HIV e com a terapia antiretroviral, conseguem se manter observantes ao tratamento. Também há indivíduos que, apesar de sensibilizados pelo adoecimento e pela experiência da recuperação clínica com o tratamento antiretroviral, em algum momento abandonam a terapêutica, novamente adoecendo, re-sensibilizando-se ou não; quando não, caminham até à morte, aparentemente como uma opção deliberada.Por que algumas pessoas tomam atitudes assim? Como constroem tais atitudes? O que leva um indivíduo infectado pelo HIV a caminhar em direção à própria degeneração orgânica e morte, havendo alternativa em contrário?Para nós, que cuidamos dessas pessoas, é muito angustiante quando elas não seguem a terapêutica. Essa angústia surge no momento em que desejamos compreender porque não estamos conseguindo convencê-las a se dedicarem adequadamente ao tratamento.Em busca dessa compreensão, este livro apresenta uma reflexão sobre as percepções de pessoas aderentes à terapia antiretroviral acerca da infecção pelo HIV, e sobre os instrumentos que mobilizam para sustentar essa aderência. Começa por discutir a representação do estigma no diagnóstico dessa infecção, que, ao afetar a percepção existencial da pessoa, faz com que a mesma seja obrigada a estruturar nova conexão com a vida. Para isso, o indivíduo mobiliza sua personalidade, sua consciência corporal, sua interação social, sua intimidade e o tratamento antiretroviral. Ainda assim, heterossexuais não conseguem reajustar o sexo à existência e o substituem por um profundo sofrimento que dificulta sua relação com os outros e com o próprio corpo. Enquanto isso, a dedicação ao tratamento antiretroviral se transforma na própria angústia existencial. Apesar de ser um processo difícil, essa dedicação pode ser gratificante. Porém, depende do próprio portador do HIV. Nesse contexto, o apoio necessário à elaboração da aderência terapêutica pode vir do ambiente ou da assistência de saúde que a pessoa recebe. Isso dá, a quem cuida de pessoas infectadas pelo HIV, uma grande oportunidade para ajudá-las, desde que compreenda as implicações existenciais da interação entre o HIV, seu portador e o tratamento antiretroviral. (AU)

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