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O discurso da diversidade: a definição da diferença e a world music

Processo: 12/17569-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de março de 2013
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2014
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia
Pesquisador responsável:Michel Nicolau Netto
Beneficiário:Michel Nicolau Netto
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Sociologia da cultura  Diversidade cultural  Multiculturalismo  Globalização  Música  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Diversidade Cultural | Exotismo | Globalização | Multiculturalismo | World music | Sociologia da Cultura

Resumo

A valorização contemporânea da diversidade revela um mundo atento à diferença. De fato, se um dia lutávamos pelo direito de sermos iguais, hoje, paradoxalmente, também clamamos pelo reconhecimento de nossas diferenças. Nesse sentido, vozes que discursam sobre essas diferenças hoje precisam ser ouvidas e ressoam pelo mundo ao habitarem o espaço global. Contudo, de que diferenças estamos falando? A permanência de nosso olhar no seio das relações sociais muitas vezes impede que notemos que, na verdade, as diferenças são construídas social e historicamente. Não basta que as coisas se diferenciem, mas é preciso um contexto no qual seja possível a seleção de índices suficientes de diferenciação para que essas sejam classificadas e, por consequência, hierarquizadas. Dessa forma, duas coisas se diferenciam apenas quando índices específicos são legitimados e, então, discursados. Por isso, a diferença é necessariamente uma construção discursiva que se realiza pelas próprias práticas discursivas, mas que somente podem surgir em relação a determinadas realidades concretas. No século XIX a diferença fora construída a partir da organização do exótico. É em relação a ele, em um momento no qual o discurso universal e o imperialismo estabilizavam, a partir da nação, espaços internos e externos, que a diferença fora articulada. Na contemporaneidade, contudo, o mundo perde seu centro e as relações entre externo e interno não mais podem organizar um discurso da diferença, sendo esse percebido na diversidade. O discurso da diversidade, portanto, surge na contemporaneidade como forma de ordenar o diferente a partir de bases concretas na sociedade, mas também por inter-relações entre enunciados específicos. Podemos notar a operação desse discurso ao voltarmos nossos olhos para um objeto específico: World Music. Nele, a música é valorizada pela própria diferença, sendo então necessário se compreender quais os índices tornados suficientes para a diferenciação. Propomos que neste objeto os índices privilegiados são o local e a etnia. Com essa mirada, então, mais importam as forças relacionadas à determinação dos índices do que a tentativa de se perceber um mundo mais ou menos homogêneo. É dessa forma que poderemos compreender as implicações sociais e o condicionamento das vozes presentes no discurso da diversidade, objetivo ao qual este livro se dedica. (AU)

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