Auxílio à pesquisa 17/06652-0 - Otorrinolaringologia, Doenças respiratórias - BV FAPESP
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Avaliação do microbioma nasossinusal de pacientes com fibrose cística

Processo: 17/06652-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de março de 2018
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2019
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina
Pesquisador responsável:Richard Louis Voegels
Beneficiário:Richard Louis Voegels
Instituição Sede: Faculdade de Medicina (FM). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Carla Romano Taddei ; Flávia Gonçalves de Oliveira Maestrali
Assunto(s):Otorrinolaringologia  Doenças respiratórias  Fibrose cística  Sinusite crônica  Seios paranasais  Microbiota 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:fibrose cística | Microbioma | Microbiota | rinossinusite | sinusite cronica | Otorrinolaringologia

Resumo

Fibrose cística (FC) é a doença autossômica recessiva mais letal entre os caucasianos. Sua prevalência é de 1 em 2.000 a 6.000 nascidos vivos. O defeito genético localizado no braço longo do cromossomo 7 resulta em alteração do transporte transmembrana do íon cloro. Dessa forma, a superfície mucosa das vias aéreas superiores e inferiores sofrem grandes modificações, com aumento da viscosidade do muco e redução do transporte mucociliar, predispondo a inflamação e infecção crônicas por Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. A principal causa de mortalidade nesses pacientes é o declínio da função pulmonar, relacionada com a infecção respiratória de repetição. A rinossinusite crônica leva a uma morbidade importante e contribui para a fisiopatologia da doença pulmonar. Os seios paranasais podem representar um reservatório de potenciais patógenos respiratórios e contribuir com as infecções pulmonares recorrentes ou crônicas. Recentemente, métodos independentes da cultura, como o PCR e a identificação do microbioma, mostram a natureza polimicrobiana das infecções respiratórias em FC, com a caracterização de agentes infecciosos não detectados nos métodos convencionais de cultura. As plataformas de sequenciamento geram um grande volume de dados a cerca de sequências de genes biomarcadores, permitindo análises mais abrangentes da composição e sua relativa abundância de microorganismos em uma dada comunidade. Pode-se traçar o perfil de milhares de organismos em um único ensaio paralelo. Não há na literatura um consenso sobre a real participação da flora das vias aéreas superiores nas infecções pulmonares dos pacientes portadores de fibrose cística. Além disso, existe uma carência na literatura de estudos que determinem o microbioma das vias aéreas desses pacientes no Brasil. A determinação do microbioma nasossinusal dos pacientes com FC é importante, não só para guiar o adequado manejo dos episódios recorrentes de rinossinusite apresentados por esses pacientes, mas também para auxiliar o entendimento da fisiopatologia da doença, tendo em vista a compartimentalização da via aérea e o provável papel dos seios paranasais como reservatório de bactérias para infecções pulmonares. Alguns estudos com nível de evidência II b mostram uma correlação razoável entre amostras coletadas do meato médio sob visualização endoscópica e amostras coletas diretamente do seio maxilar. Isso viabiliza o estudo do microbioma nasossinusal pela coleta de material do meato médio. O objetivo principal do estudo é descrever o microbioma nasossinusal de pacientes adultos com fibrose cística. Os objetivos secundários são comparar o microbioma nasossinusal com o microbioma do escarro desses pacientes, estabelecer relação entre o microbioma e função pulmonar, grau de acometimento nasossinusal e qualidade de vida. Será avaliado o microbioma nasossinusal de pacientes adultos com fibrose cística. Os pacientes serão submetidos a prova de função pulmonar, tomografia de seios paranasais, nasofibroscopia com fibroscópio rígido de 0º. Responderão aos questionários SNOT 20, NOSE e de qualidade de vida QFC 14+. Serão coletadas amostras de swab de meato médio e escarro desses pacientes. As amostras serão armazenadas em temperatura -80°C e posteriormente encaminhadas para: extração do DNA; amplificação por PCR e sequenciamento de nova geração, para determinação do microbioma. Será realizado também PCR em tempo real para determinação das espécies envolvidas com maior precisão.Os resultados obtidos pela metodologia de sequenciamento por high throughput poderá oferecer uma visão panorâmica da composição predominante da microbiota nasossinusal dos pacientes incluídos no estudo. Porém, como essa é uma metodologia semi quantitativa, os principais gêneros bacterianos observados pelo sequenciamento serão quantificados por qPCR após o desenho de primers específicos para tais gêneros e analisados frente às informações clínicas dos pacientes. (AU)

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