Resumo
Asteraceae possui distribuição cosmopolita, sendo, junto com Orchidaceae as maiores famílias de Angiospermas em número de espécies. A classificação mais adotada é a baseada em dados morfológicos e moleculares que divide a família em três subfamílias (Asteroideae, Barnadesioideae e Cichorioideae), apesar de atualmente existir uma proposta sugerindo a divisão em 11 subfamílias, porém até o presente ainda não é bem aceita. Morfologicamente Asteraceae caracteriza-se por apresentar inflorescências em capítulos, flores na grande maioria reduzidas e modificadas, sinanteria, ovário ínfero, bicarpelar e óvulos de placentação basal. Na subfamília Cichorioidea, a tribo Mutisieae (recentemente separada de Barnadesioideae) após estudos moleculares e morfológicos, foi considerada parafilética. Nestas filogenias, os gêneros da tribo Mutisieae têm ocupado uma posição basal dentro das Asteraceae, por isso, essa tribo possui grande importância para o entendimento das relações taxonômicas dentro de Asteraceae. Pertencente a essa tribo, o gênero Wunderlichia é endêmico do Brasil, sendo reconhecidas seis espécies, exclusivas de ambientes xerofíticos e encontradas nos cerrados e campos rupestres dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Os principais objetivos deste trabalho são realizar o estudo biossistemático de Wunderlichia, por meio da análise cuidadosa das espécies, buscando reavaliar os caracteres diagnósticos do gênero baseado nos estudos morfológicos e cito genéticos; reconstruir a filogenia do gênero, com base em marcadores moleculares e dados da morfologia; analisar o relacionamento de Wunderlichia com os gêneros Stenopadus e Stifftia ("gêneros irmãos"); ampliar o conhecimento da distribuição geográfica e determinar se possível o estado de conservação dos táxons. (AU)
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