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Arquitetura por um fio: a relação entre abrigos e vestes

Processo: 14/12826-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de maio de 2015
Data de Término da vigência: 31 de março de 2017
Área de conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo
Acordo de Cooperação: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Pesquisador responsável:Lara Leite Barbosa
Beneficiário:João Gabriel Farias Barbosa de Araujo
Instituição Sede: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Design   Abrigo   Vestuário   Ciganos   São Paulo   Nômades
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Abrigo | arquitetura | ciganos | cultura material | nômades | Vestuário | Design e Arquitetura: Interrelações

Resumo

Uma vez que tanto o design de vestuário quanto a arquitetura geram espaços que serão preenchidos pelo corpo humano, a pesquisa aborda as relações estabelecidas entre corpo, roupa e arquitetura. No Brasil os trabalhos que abordam as inter-relações entre corpo, roupa, arquitetura e cidade ainda são poucos, mas fora do país já encontramos trabalhos como o de Bradley Quinn (2003) e Deborah Fausch (1994) que se dedicam exclusivamente ao tema. Além das publicações exposições em grandes museus como a SKIN+BONES: Parallel Practices in Fashion and Architecture comprovam a recente importância que vem sendo dada à esta relação. A íntima relação estabelecida entre a roupa e o corpo juntamente com a grande capacidade de adaptação das vestes, levaram alguns profissionais a encontrar na criação de estruturas que pudessem ser "vestidas" respostas para as constantes mudanças da sociedade. Os trabalhos destes designers, artistas e arquitetos dialogam com o aumento da mobilidade, conectividade e da flexibilidade nas nossas cidades e com a emergência do nômade urbano, tentando fazer da relação entre a cidade e seus habitantes a mais livre de atrito possível. Lucy Orta e o grupo Archigram mostram como o design de vestuário tem assumido funções antes atribuídas à arquitetura, se tornando um refúgio, um abrigo e uma proteção, redefinindo os limites entre roupa, habitação e espaço público. O trabalho da designer Lucy Orta refuta a ideia de que roupas e abrigos devam permanecer como entidades separadas. Ela tem se preocupado com a condição social dos indivíduos condenados a uma existência marginalizada, enfatizando o direito do indivíduo de ocupar os espaços públicos ao invés de reintegrá-los na estrutura que pode ter sido a causadora da sua alienação. Os conceitos do grupo Archigram tomaram forma em projetos que são ícones da arquitetura fluida nas visões de uma sociedade móvel, em que a moradia funcionava tanto como um recipiente e um veículo. O grupo foi pioneiro na idealização de estruturas que poderiam ser "vestidas". Para Vilém Flusser estamos criando cada vez mais objetos imateriais. Essa mudança na atitude dos designers, segundo ele, está diretamente ligada ao desejo de uma criação mais responsável e parte do processo de uma criação responsável é a tomada de consciência da efemeridade das formas dos objetos. O arquiteto japonês, Toyo Ito, defende a criação de uma arquitetura com limites brandos que possam reagir ao ambiente natural. Para ele essa "arquitetura de limites difusos" deve permitir a troca de programas estabelecendo uma relação de superposição de espaços. É uma nova arquitetura que reflete as características da nova sociedade: é flexível, efêmera, móvel e conectada. Na busca dessa nova maneira de projetar, acreditamos ser o design de vestuário um possível aliado uma vez que ele já mostra sinais de adaptação à nova realidade que estamos vivendo. Se considerarmos os trabalhos e as experimentações de Lucy Orta, Archigram, Hélio Oiticica e Lygia Pape, por exemplo, como expressões arquitetônicas - através de suas ocupações poéticas - fica perceptível que a arquitetura está cada vez mais próxima do corpo. A análise das relações corpo/roupa/arquitetura será feita através do estudo das habitações conscientes de sua efemeridade: as casas nômades. Arquiteturas que se viabilizam pela necessidade constante de adaptação, mutação e mobilidade, nas quais o fator tempo é incorporado e manipulado. Desta forma a pesquisa visa - através da revisão bibliográfica, de estudos de caso, entrevistas e pesquisa de campo com os ciganos Calons do interior de São Paulo (com análise qualitativa dos dados) - estudar as inter-relações entre corpo, roupa e arquitetura que se estabelecem através das habitações e trajes nômades. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
ARAUJO, João Gabriel Farias Barbosa de. Arquitetura por um fio: vestes e abrigos de povos ciganos e nômades. 2017. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/SBI) São Paulo.