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A carne do roteiro: escrita sensorial e experimentação estética no roteiro de longa-metragem de ficção

Processo: 19/10787-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2019
Data de Término da vigência: 08 de abril de 2024
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Cinema
Pesquisador responsável:Esther Império Hamburger
Beneficiário:Éri Ramos Sarmet dos Santos
Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):22/10294-0 - A escrita improdutiva: corpo, sensação e excesso no roteiro cinematográfico, BE.EP.DR
Assunto(s):Cinema brasileiro   Roteiros   Estilística
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Análise de Roteiro | cinema | estética | Roteiro Cinematográfico | sensação | Teoria do Roteiro | Roteiro

Resumo

Esta tese investiga a escrita cinematográfica a partir de uma abordagem histórica, teórica e crítica que a compreende simultaneamente como prática e discurso (Maras, 2009). Para isso, traço uma genealogia da forma do roteiro, analisando as transformações culturais, econômicas e sociais que moldaram sua estrutura, desde os primeiros scenarios até a poética normativa contemporânea, institucionalizada pelos manuais e seus "gurus". A rigidez em torno de convenções de estrutura narrativa e da compartimentação de funções limita significativamente a potencialidade artística do roteiro de ficção, uma vez que negligenciam os aspectos que mais identificam o roteiro com o que significa "escrever para telas". Muito mais do que uma planta-baixa para o planejamento de um filme, o roteiro audiovisual é o espaço privilegiado de antecipação da mise-en-scène, capaz de suscitar afetos, construir atmosferas e provocar sensações. Minha hipótese é que o roteiro engaja seus leitores por meio de palavras que aspiram a se transformar em outra coisa, conceito que denomino "escrita das sensações" ou escrita sensorial. Esse tipo de escrita desafia a ortodoxia dos manuais e mobiliza leitores/espectadores por meio de estratégias narrativas, discursivas e poéticas de apelo ao corpo, sobretudo às emoções e a comportamentos não-verbais que envolvem os sentidos, como o toque, o som e o olhar. Apoio-me na noção de excesso para explorar as possibilidades de construção de sensação na materialidade do texto fílmico, investigando também como os projetos político-estéticos dos filmes se manifestam nas escolhas de palavras. O corpus desta pesquisa privilegia roteiros de longas-metragens de ficção contemporâneos, incluindo O Animal Cordial (Gabriela Amaral Almeida, 2016), A Sombra do Pai (Gabriela Amaral Almeida, 2018), Retrato de Uma Jovem em Chamas (Céline Sciamma, 2019), Moonlight (Barry Jenkins, roteiro de Barry Jenkins e Tarell Alvin McCraney, 2017), Matrix (Lana e Lilly Wachowski, 1999) e Carol (Todd Haynes, 2015, roteiro de Phyllis Nagy).As análises dessas obras evidenciam que roteiristas de diferentes contextos de produção desafiam constantemente os "princípios" e "paradigmas" que restringem as potencialidades de expressão artística e fílmica do gênero. Este estudo dedica-se à análise do texto de cena, com ênfase no chamado modo comentário (Sternberg, 1997), mecanismo pelo qual os roteiristas podem fundamentar estados mentais e emoções das personagens e de si próprios. Ao explorar a interação entre o corpo e uma linguagem simultaneamente literária e fílmica, esta pesquisa não apenas revisita o roteiro como um espaço ativo de experimentação estética, mas também propõe novas formas de pensar e ensinar a relação entre texto e filme.

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