Busca avançada
Ano de início
Entree

O discurso produzido sobre a loucura na Revista Médica de São Paulo (1898-1914)

Processo: 19/25193-2
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado Direto
Data de Início da vigência: 01 de março de 2020
Data de Término da vigência: 30 de abril de 2023
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia - Psicologia Social
Pesquisador responsável:Belinda Piltcher Haber Mandelbaum
Beneficiário:Raquel Saad de Avila Morales
Instituição Sede: Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):História social   Psiquiatria   Prática profissional   Loucura   Periódicos científicos   Século XIX   Século XX   São Paulo
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:História da psiquiatria | Loucura | República Velha | São Paulo | História da Psiquiatria

Resumo

Ao final do século XIX, inserida dentro de um contexto de imposição de padrões científicos, da higienização das cidades e da normalização de condutas, a classe médica brasileira buscou a legitimação do seu discurso e terapêuticas a partir da ciência produzida nos laboratórios, da oficialização e regulamentação da profissão e de sua organização enquanto classe em produções médico-científicas e instituições médico-sanitárias. É neste mesmo período que os médicos brasileiros começaram a se apropriar da visão evolucionista da degenerescência, chamando para si a missão da regeneração nacional que colocaria o país - através da ordem - no caminho do progresso. Na passagem do Império para a República (1889), a loucura começou a ser reconhecida como desordem, perturbação da paz social e obstáculo ao crescimento econômico do país. A presente pesquisa vem investigando o discurso produzido pela classe psiquiátrica sobre a loucura a partir das publicações feitas na Revista Médica de São Paulo: Jornal Prático de Medicina, Cirurgia e Higiene (1898-1914). Quem era considerado louco? Quais loucos eram encaminhados para o Hospício? Quais as justificativas dadas para os internamentos? Quais os tratamentos experimentados nos loucos? Como se organizava o Hospício? A partir desses questionamentos, será possível esboçar o ideal de homem e de mulher hegemonicamente defendido na época e compreender qual era a ordem e a moral que deveriam ser salvaguardadas nesse período histórico de transição, na consolidação do Estado Nacional brasileiro. A reflexão teórico-metodológica adotada se insere dentro do campo da História Cultural do Social, proposta por Roger Chartier. A pesquisa está sendo desenvolvida em torno de três eixos: primeiro, do estudo crítico das publicações selecionadas na revista; segundo, da história social da loucura e das práticas psiquiátricas no Brasil da República velha; terceiro, da reflexão sobre a forma como os bens simbólicos foram apropriados pelos psiquiatras paulistas e como isso reverberou na maneira de se pensar e agir sobre os considerados loucos. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre a bolsa:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)

Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
MORALES, Raquel Saad de Avila. Loucura, gênero e raça: o discurso psiquiátrico na Revista Médica de S. Paulo (1898 1914). 2023. Tese de Doutorado - Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Psicologia (IP/SBD) São Paulo.