Escritas do Atlântico: perspetivas pós-coloniais para um comparatismo em língua portuguesa

• Processo: 19/27834-5
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2020
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2022
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Letras - Literatura Comparada
• Pesquisador responsável: Emerson da Cruz Inácio
• Beneficiário: Luca Fazzini
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Afroatlantismo | Afrodescendência e afroportugalidade | Estudos Pós-coloniais e Colonialidades | Literatura Comparada | literatura mundo | literaturas de língua portuguesa | Literaturas de Língua Portuguesa

Resumo

O presente projeto de pesquisa propõe investigar, a partir dos desdobramentos do modelo do Atlântico Negro proposto por Paul Gilroy (2012), e através de uma abordagem metodológica comparativista, exemplares da produção literária contemporânea em prosa provenientes da área atlântica de língua portuguesa, estabelecendo relações possíveis entre as três margens continentais do oceano. Tais relações permitiriam desenhar as coordenadas daquilo que pretende ser um campo de investigação, as Literaturas do Atlântico em Língua Portuguesa, transnacional e interdisciplinar, atravessado por trânsitos constantes entre geografias distintas e composto por múltiplas estratégias de representação literária, marcadas por uma relevante carga política de questionamento das perspetivas epistemológicas sobre as quais assentou a modernidade ocidental. Como ponto de partida para pensar as escritas do Atlântico, aplicam-se processos históricos justamente transnacionais, tais quais o colonialismo, a escravidão, assim como as suas persistências na contemporaneidade, evidentes seja por trás dos enormes fluxos migratórios impulsionados pelas dinâmicas da globalização, seja nas estratégias biopolíticas (FOUCAULT, 2005) e necropolíticas (MBEMBE, 2016) do poder no Norte e no Sul global. Por isso, o presente projeto propõe uma abordagem comparativista que, ao invés de apontar para uma mundialização ou universalização abstrata do estudo das literaturas 6 perspetiva dominante em alguns estudos em volta do conceito de Literatura Mundo (DAMROSH, 2003) e Literatura Mundial (MORETTI, 2001) 6 , coloque no cento do debate as violências e as experiências particulares de corpos geopolíticos, silenciados e/ou marginalizados pelas dinâmicas da modernidade colonial e pelas suas persistências na contemporaneidade.