A profissionalização militar como vetor da dependência/autonomia estratégica do Brasil e da Venezuela

• Processo: 21/09342-8
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2023
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2025
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Ciência Política - Política Internacional
• Pesquisador responsável: Sebastiao Carlos Velasco e Cruz
• Beneficiário: Ana Amélia Penido Oliveira
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Brasil Militares Profissionalização Venezuela Forças armadas
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Autonomia estratégica | Brasil | dependência estratégica | militares | profissionalização | Venezuela | forças armadas

Resumo

A profissionalização militar é o processo por meio do qual os militares incorporam comportamentos e sociabilidades, expertises técnicas e operacionais, modos de emprego e organização da força, especialmente por meio de atividades educacionais. O tema é objeto de reflexão de autores das relações civis-militares, que o percebem também como uma forma de aprimoramento do controle civil e do afastamento das forças armadas da política, forçando-as a dedicarem-se à defesa do Estado nacional, conformando uma burocracia especializada. Entretanto, a experiência histórica da América do Sul aponta o inverso: momentos de maior profissionalização foram acompanhados pela maior participação militar na política, não somente iniciados por golpes de força. A profissionalização militar nos países da América do Sul, sob o mote da modernização tecnológica, foi historicamente conduzida pelos países centrais por meio do emprego de missões militares. Desde a segunda guerra mundial, quem detém a hegemonia sobre esse processo na América do Sul são os Estados Unidos da América do Norte. As forças armadas brasileiras e venezuelanas foram profissionalizadas nesse bojo e ambas ostentam um forte histórico de participação na política doméstica, que se repete contemporaneamente através da militarização da política. Entretanto, hodiernamente os dois países e suas respectivas forças armadas adotam leituras distintas sobre como funciona o sistema internacional e a maneira que suas respectivas nações devem se integrar nele, que se refletem em leituras estratégicas diferentes e, consequentemente, táticas, doutrinas, formas de organização da força, entre outas também diferentes. O objetivo da pesquisa aqui projetada é compreender as semelhanças e diferenças entre a estratégia militar das forças armadas do Brasil e da Venezuela no século XXI expressas na sua profissionalização, e como estas contribuem para a construção da dependência/autonomia estratégica nos dois países diante dos Estados Unidos. Como pressupostos, tem-se que ambas são i) forças armadas profissionalizadas exogenamente; ii) politizadas; iii) inseridas num mesmo sistema de poder internacional hierarquizado, em que ocorre a divisão internacional do trabalho em defesa; iv) subordinadas a constrangimentos externos para a construção da sua autonomia estratégica.