Processos de produção da verdade histórica em tempos de mídias digitais e pós-verdade: um diálogo entre Arendt e teoria da História

• Processo: 22/09768-8
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de maio de 2023
• Situação: Interrompido
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - História - Teoria e Filosofia da História
• Pesquisador responsável: Hélio Rebello Cardoso Júnior
• Beneficiário: Kelly Janaína Souza da Silva
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
• Bolsa(s) vinculada(s): 24/00714-8 - As verdades de fato e a memória digital: processos de preservação dos fatos na sociedade de informação, BE.EP.PD
• Assunto(s): Humanidades digitais Teoria da história Hannah Arendt Verdade
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Hannah Arendt | Humanidades Digitais | pós-verdade | Teoria da História | Verdade Histórica | Verdades de Fato | Humanidades Digitais

Resumo

A memória humana é uma das faculdades mais falhas e passível de ser reconstruída, e por isso ela pode ser conduzida ou induzida a modificações. Dessa forma, fatos precisam de testemunhos de confiança, a fim do estabelecimento de condições seguras na complexa teia dos assuntos humanos, sob pena de resvalar para a mentira ou, mesmo, para a manipulação que pode estar presente no fluxo de opiniões. Nesse sentido, a questão da legitimidade das verdades de fato é um fator importante para que essas verdades se perpetuem por gerações, de modo a alçar seu destaque historicamente. Dada a factibilidade de "contaminação" de um evento pela expressão do seu observador, qualquer registro ou documento, monumento ou arquivo, pode retratar um enfoque a ser questionado, mesmo em um evento sobre o qual repousem muitos testemunhos. Dessa forma, a principal questão a ser observada em nossa pesquisa é sobre como as tecnologias e as novas formas de disseminação da informação podem interferir sobre a preservação das verdades de fato em sua fundamentação histórica. O que será contado dos dias de hoje àquelas gerações que viverão daqui a 50 ou 60 anos? Como as verdades fatuais podem sobreviver ao assédio daqueles que estão no poder para contar às futuras gerações em forma de registro histórico o mais próximo possível do que, de fato, aconteceu? Não existe a possibilidade de instaurar uma alta instância para atestar a verdade. Ainda que a verificação da experiência e a precisão de conceitos históricos se amparem em processos sólidos e em uma longa tradição de crítica documental, podemos perguntar se a legitimidade e a preservação das verdades de fato diante das novas maneiras de interação humana-tecnológica podem estar sendo afetadas pela profusão de informação e os "novos relativismos" que uma era de pós-verdade propicia. Estas são algumas das questões centrais a serem abordadas. (AU)