Mitologias Sul-Americanas do século xx: variações do mito nas fronteiras entre a história e a etnologia, no Brasil e na França (1940-1970)

• Processo: 21/12687-7
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de junho de 2023
• Data de Término da vigência: 31 de maio de 2027
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Antropologia - Teoria Antropológica
• Pesquisador responsável: Lilia Katri Moritz Schwarcz
• Beneficiário: Diogo de Godoy Santos
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): História da antropologia Etnologia indígena História cultural Sérgio Buarque de Holanda Mitologia Século XX Brasil França (país)
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Claude Lévi-Strauss | Etnologia indígena | História Cultural | mitologia sul-americana | Sérgio Buarque de Holanda | História da Antropologia

Resumo

Esta pesquisa se dedicará às variações do conceito de 'mito' em uma parcela selecionada e representativa de estudos de mitologia sul-americana: naquela que se congregou no Brasil e na França entre as décadas de 1940 e 1970 e se dedicou às narrativas 'míticas' elaboradas, reproduzidas e recolhidas no hemisfério sul da América. Partindo, provisoriamente, das Mitológicas (1964, 1966, 1968, 1971) de Claude Lévi-Strauss, e de Visão do Paraíso (1958) de Sérgio Buarque de Holanda, pela qualidade e quantidade de problemas de interpretação que essas obras colocam, procurarei descrever e comparar os modos pelos quais, em diferentes momentos, foram pensadas as formas discursivas e as matrizes teóricas deste conceito na fronteira entre duas disciplinas consideradas, por vezes, antagônicas: a história e a etnologia. E, por meio desse desenvolvimento histórico e etnográfico, buscarei examinar as premissas filosóficas e as tensões conceituais dos saberes constituídos sobre o 'mito', bem como a aderência desses discursos aos contornos sociais e políticos nos quais emergiram. A hipótese geral a ser desenvolvida é de que as variações dessa conceituação decorreram fundamentalmente dos impasses de determinação, por meio de uma dada representação empírica, de um objeto cuja natureza heterogênea fomentou a riqueza teórica e etnográfica da mitologia sul-americana. Ao passo que a escala de análise do fenômeno mítico se alterou ao longo do tempo em função de uma interrogação acentuada na história das ciências humanas sobre os vínculos sociais entre "sujeito" e "objeto" de conhecimento, o que levou a uma reavaliação ética e política do uso do termo para descrever e analisar os universos narrativos sul-americanos. (AU)