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Novo ativismo feminista no Brasil: uma análise qualitativa dos contrapúblicos subalternos

Processo: 23/04917-8
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de junho de 2023
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2025
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia
Pesquisador responsável:Rúrion Soares Melo
Beneficiário:Letícia Furlan Nunes
Instituição Sede: Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:19/22387-0 - Crises da democracia: teoria crítica e diagnóstico do tempo presente, AP.TEM
Assunto(s):Feminismo   Movimentos sociais   Sociologia política
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:contrapúblico | feminismo | movimentos sociais | protesto | Sociologia política

Resumo

Os diagnósticos que dizem respeito às gerações anteriores do feminismo no Brasil apontam uma crescente institucionalização do movimento, seja em espaços estatais e níveis de governo, seja em Organizações Não-Governamentais (ONGs). Supostamente, tal processo teria esvaziado as bases do movimento, distanciando-o das ações de afronta ao Estado, como as manifestações e os protestos de rua. Entretanto, nota-se, a partir da década de 2010, em distinção das gerações anteriores, um novo movimento feminista, cuja temática passa a ocupar inúmeros espaços (sobretudo a internet) e as manifestações e protestos de rua voltam com força, agora sobre uma nova roupagem marcada pelo caso da Marcha das Vadias, em 2011. A partir de 2018, durante o governo Bolsonaro e a pandemia, o campo feminista tem sua estrutura alterada mais uma vez e o marco desse período são os protestos #EleNão.As mudanças discursivas, as ações e as próprias pautas - ora propositivas, ora defensivas - parecem estar ligadas ao espaço para a performatividade que diferentes grupos do campo feminista recebem em decorrência das alterações políticas, sociais e culturais dentro de um contexto e período específico. Assim, analisar a formação de contrapúblicos feministas subalternos é também observar como o discurso se (re)orienta ao público, por quais espaços ou plataformas ele passa a circular e quem se torna seu receptor.O objetivo deste projeto de iniciação científica é realizar e analisar, conjuntamente com outros membros do temático, entrevistas qualitativas semi estruturadas (transcritas e analisadas por meio do software Atlas.ti) com atrizes relevantes para a emergência do novo ativismo feminista no Brasil. As etapas anteriores de levantamento bibliográfico e desenvolvimento do banco de dados sobre os protestos, auxiliarão na identificação das atrizes que, nesta etapa da pesquisa, fornecerão uma visão mais profunda e particular dos períodos selecionados. Com isso, pretende-se investigar questões como: (i) o surgimento e a construção dos contrapúblicos feministas; (ii) as performances e discursos adotados; (iii) onde, quando, como e quem estava tematizando as questões antes, durante e depois dos protestos; (iv) a relação dos contrapúblicos com os públicos dominantes e, por fim, (v) a hipótese de que os contrapúblicos feministas estão conectados com a intensificação dos protestos nos anos 2010 e a emergência desse novo ativismo que deu origem a uma reconfiguração do campo discursivo e performativo do movimento.Tal projeto vinculado ao temático "Crises da democracia: Teoria Crítica e diagnóstico de tempo presente" se faz importante, pois, a formação de um ativismo feminista cujo surgimento ocorre através dos contrapúblicos, aparentemente aponta para a crise democrática justamente pelo seu não pertencimento à esfera pública. Sua reformulação performativa e discursiva revelam uma busca alternativa para a participação política.

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