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Das extremidades da condição humana à moral existencialista: Ambiguidade em Simone de Beauvoir (1944 a 1949)

Processo: 22/16556-7
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2023
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2025
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Ética
Pesquisador responsável:Luiz Damon Santos Moutinho
Beneficiário:Lucas Joaquim da Motta
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Assunto(s):Ambiguidade   Filosofia política   Liberdade   Moral   Fenomenologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:ambiguidade | Facticidade | Filosofia Política | Liberdade | moral | Simone de Beauvoir | Fenomenologia

Resumo

Trata-se de compreender o conceito de ambiguidade - isto é, o que há por detrás do drama da existência singular que está, no entanto, situada com as outras existências separadas entre si - como ponto de partida para uma melhor compreensão da filosofia de Simone de Beauvoir, a partir do qual pode ser desenvolvida uma abordagem existencialista sobre ela através das publicações da autora na década de 1940: Pirro e Cinéias, Por uma moral da ambiguidade e O segundo sexo. Faz-se necessário, assim, destacar que, de acordo com a circunscrição proposta, será avaliada a maneira pela qual Beauvoir reivindica os termos liberdade e facticidade, promulgadas em sua própria linha de pensamento e constituintes dessa ambiguidade, para caracterizar o que por ela é descrito como a possibilidade das situações serem singular e concretamente vividas por meio da liberdade: é o que a filósofa designa de condições autênticas da vida. Assim, objetiva-se: em primeiro lugar, compreender em que consiste o existencialismo da autora e a posição que o conceito de ambiguidade ocupa em Pirro e Cinéias e Por uma moral da ambiguidade - livros nos quais Beauvoir evoca a austeridade de sua moral existencialista - e como essa elaboração é indicativa de que a situação de uma existência singular, que é vivida sob forma de ações espontaneamente intencionadas a si e aos outros, pode estabelecer um vínculo dela com o mundo coletivo: trata-se de uma vista de frente do "período moral" da carreira literária de Beauvoir, a partir de seus romances publicados na década em questão. Em segundo, trazer essa ambiguidade, sob uma análise dialética, para O segundo sexo, de modo a colocar como a particularidade das situações de cada existência pode ser justificada a partir de um sentido autêntico às liberdades; é no desdobramento de sua moral existencialista que a tensão da ambiguidade é experienciada por meio dos extremos subjetivo e objetivo de uma existência e o modo pelo qual a categoria do Outro, da qual a mulher faz parte, é reduzida à sua facticidade, o que a impede de sua liberdade se realizar como movimento indefinido em direção a outrem, porque, enquanto tal, o homem - pertencente à categoria do Sujeito - opera a si mesmo como transcendência ao passo que a mulher permanece em estado de repetição, de redutibilidade à sua imanência. Dessa forma, através da ambiguidade que será entendido como as situações experienciadas pelas subjetividades são fatores fundamentais para a constitituição dessas singularidades vividas concretamente. Com efeito, a ideia discutida aqui, após os dois itinerários expostos acima, será a de que: a assumição da ambiguidade reivindica o motivo pelo qual um sujeito pode se definir como existência positiva através dos valores e significados apreendidos pelo mundo tal como ele é desvelado; com a suspensão de qualquer hierarquia que possa ser estabelecida através dos extremos das situações de cada existência, um dos aspectos mais fundamentais dela é o fato dessa existência ser ao mesmo tempo liberdade e facticidade, uma subjetividade situada com as outras existências, um sujeito para si e um objeto para o outro. Portanto, tendo em vista que é na década mencionada que Beauvoir atribui um valor moral a sua carreira literária, é através dessa abertura a uma nova investigação filosófica sobre a condição humana que será apresentado como a ambiguidade é uma das ideias-chave do existencialismo da autora.

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