A face sociopolítica da crise climática e eventos extremos: estudo com as ecovilas paulistas e bávaras

• Processo: 23/11361-6
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2024
• Área de conhecimento: Interdisciplinar
• Pesquisador responsável: Leila da Costa Ferreira
• Beneficiário: Luciana Lima Domingues de Souza
• Supervisor: Maria Angela Backhouse
• Instituição Sede: Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Universität Augsburg, Alemanha
• Vinculado à bolsa: 22/09617-0 - A face sociopolítica da crise climática e eventos extremos: estudo com as ecovilas paulistas e bávaras, BP.DR
• Assunto(s): Antropoceno Assentamentos humanos Movimentos sociais Mudança climática Uso do solo Sustentabilidade
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Antropoceno | assentamentos humanos | cidadania climática | Movimentos Sociais | Mudanças Climáticas | uso e ocupação sustentável do solo | Aspectos Sociais de Sustentabilidade e Conservação

Resumo

As ecovilas surgiram a partir do movimento social contracultural e antissistema de comunidades alternativas da década de 1960. Essas comunidades buscam a regeneração humana, social, econômica e natural como propósito institucional, alinhado à Agenda 2030. No entanto, dados científicos publicados sobre como as ecovilas têm tratado a crise climática e os eventos extremos são raros. O objetivo geral da pesquisa é realizar uma análise sociopolítica referenciada, no eixo Norte-Sul, de como as ecovilas estão incorporando a crise climática e os eventos extremos, no estado de São Paulo e na Baviera, Alemanha. O projeto de pesquisa detém como objetivos específicos: (i) analisar, de forma referenciada, as estratégias e tecnologias socioambientais de baixo impacto das ecovilas rurais dos estados de São Paulo e Baviera, para o enfrentamento da crise climática e dos eventos extremos; (ii) identificar o papel e a função das ecovilas, do Estado e das instituições administrativas em uma civilização pós-antropocêntrica; (iii) analisar, de forma referenciada, como o uso e a ocupação sustentável da terra rural estão sendo tratados pelas ecovilas rurais dos estados de São Paulo e Baviera; (iv) avaliar, de forma referenciada, como a discussão do cooperativismo e do associativismo está presente no contexto das ecovilas rurais dos estados de São Paulo e Baviera, e (v) expor, com base em uma série de 10 anos, os eventos extremos vivenciados pelas ecovilas rurais dos estados de São Paulo e Baviera. No estado de São Paulo, existem quinze ecovilas rurais ativas, das quais nove participam formalmente desta pesquisa. Dos 22 participantes, já foram entrevistados 12 integrantes de ecovilas paulistas e dois membros de organizações sociais, que catalisam o movimento nacional dessas comunidades. As entrevistas estão sendo gravadas, arquivadas, transcritas e interpretadas por meio da análise do discurso. Os resultados preliminares indicam que existem tecnologias socioambientais desenvolvidas pelas ecovilas, de baixo custo e impacto, que corroboram com a adaptação dessas comunidades aos efeitos e impactos da crise climática, bem como um uso/ocupação do solo que produz água, evita deslizamentos, inundações, perdas de cultivos agropastoris e degradação de ecossistemas naturais. 90% dos entrevistados expressaram o desejo de organizar seus conhecimentos sobre tecnologias ambientais e sociais em uma agenda climática que possa ser replicada para outras ecovilas e comunidades rurais do seu entorno. Encontrou-se também um arranjo institucional diferenciado para a promoção do desenvolvimento local sustentável em um contexto de adaptação climática e resiliência das bacias hidrográficas. A segunda etapa ocorrerá em 2024, quando então serão abordadas as ecovilas bávaras e organizações sociais. A partir do Centro de Resiliência Climática da Universidade de Augsburg na Baviera, além da pesquisa de campo, também será possível interagir com pesquisadores, trabalhar a análise referenciada dos dados coletados, sendo essa uma questão crucial para a demonstração dos resultados da tese, bem como elaborar uma publicação internacional conjunta, como mais um produto do estágio no exterior. Durante este período, a apresentação dos resultados do trabalho está programada em importantes eventos e entidades de pesquisa da Comunidade Europeia para ações futuras. A análise das experiências bávaras trará a experiência dessas comunidades no enfrentamento da crise climática e dos eventos extremos, bem como os arranjos institucionais e a forma como as políticas públicas vêm repercutindo dentro e fora dessas comunidades. Acima de tudo, o estudo pode proporcionar o compartilhamento de experiências de empreendedorismo social, cidadania climática e justiça ambiental em ambos os países. (AU)