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Violência na escola: estudo sobre a genealogia dos ataques

Processo: 24/01677-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2024
Data de Término da vigência: 31 de março de 2025
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Sociologia - Outras Sociologias Específicas
Pesquisador responsável:Sergio França Adorno de Abreu
Beneficiário:Marcela de Oliveira Nunes
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:13/07923-7 - Núcleo de Estudos da Violência - NEV/USP, AP.CEPID
Assunto(s):Sociologia da violência e da criminalidade   Violência escolar   Ataque   Ódio   Jovens   Prevenção   Direitos humanos
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:ataques a escolas | Direitos Humanos | Discurso de Ódio | Juventude | prevenção | Violência escolar | Sociologia da Violência

Resumo

Este projeto visa pesquisar os ataques às escolas brasileiras e as perspectivas interpretativas acerca de tal fenômeno, no intento de avaliar as formas de violência perpetradas nas ações e o perfilamento dos sujeitos envolvidos, isto é, os indivíduos que promoveram os ataques (inclusive mentores intelectuais), e suas vítimas. Entre as narrativas sobre as possíveis motivações e explicações acerca da intensificação dos ataques nos últimos anos, a tônica explicativa ora incide sobre as práticas de bullying e a cultura juvenil (Rodrigues, 2012; Vinha, 2023; Unicef, 2023), ora sobre o acesso facilitado a armas de fogo (Unicef, 2023; Langeani, 2023); a intensificação da agenda político ideológica da extrema direita, concomitante à ampliação da ação e cooptação de jovens por grupos extremistas, surgem também como um dos caminhos interpretativos. Dados factíveis até o momento, desenham o seguinte panorama: os 37 ataques foram cometidos por pessoas do sexo masculino; idade mínima de 10 e máxima de 50 anos; o maior número de vítimas é do sexo feminino e a prevalência das ações são em escolas públicas. Na dinâmica das violências que atravessam as escolas, muito já foi problematizado acerca da criminalidade, juventude e escola (Zaluar, 1992, 2001), a violência patrimonial e as formas de controle (Guimaraes, 1984, 1990, 1997) a exclusão, o fracasso escolar e os desdobramentos da violência simbólica (Bourdieu, Passeron 1972; Charlot 1979, 2000, 2001, 2002). Contudo, os ataques são um fenômeno atípico no cenário brasileiro, desde a década de 1980, quando a violência escolar se tornou objeto de estudo, não havia a ocorrência desse tipo de prática, conduzida para promover o terror com pessoas sendo vitimadas aleatoriamente. Algumas hipóteses e questões são aventadas: estariam os ataques ocupando uma dimensão de justiçamento entre esses jovens? Ao longo de duas décadas, observa-se uma mudança na forma dos ataques? Quais as características de quem os promove e quantos deles estavam envolvidos em grupos masculinistas e/ou neonazistas na internet? Havia relação prévia com as vítimas/alvo ou a escolha foi aleatória? Há registros pretéritos de violência contra os sujeitos promotores dos ataques? Qual a interpretação do grupo de Trabalho de Especialistas em Violência nas Escolas (MEC) sobre o fenômeno? É possível estabelecer relações entre o aumento dos ataques com a conjuntura política dos últimos anos? Essas são algumas das questões norteadoras que conduzirão essa pesquisa. Concomitantemente, os resultados da pesquisa irão subsidiar ações de prevenção à violência e promoção aos direitos humanos junto ao Projeto Observatório de Direitos Humanos em Escolas (PODHE/NEV-USP). De tal modo, assume-se como fundamental entender o conjunto de aspectos associados a tais crimes, a fim de melhor subsidiar ações educativas nas próprias escolas. Por sua vez, a própria atuação nas escolas, por meio de ações educativas, pode auxiliar no melhor entendimento dos questionamentos trazidos pela pesquisa. (AU)

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