Busca avançada
Ano de início
Entree

Racismo, Gênero e Encarceramento: (re)xistência e cuidado em saúde diante da violência do sistema prisional

Processo: 23/18162-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de março de 2024
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2024
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:José Miguel Nieto Olivar
Beneficiário:Milena Novais Oliveira Silva
Instituição Sede: Faculdade de Saúde Pública (FSP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:21/06897-9 - Cosmopolíticas do cuidado no fim-do-mundo: gênero, fronteiras e agenciamentos pluriepistemológicos com a saúde pública, AP.JP2
Assunto(s):Gênero   Racismo   Saúde
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cárcere | Gênero | Racismo | Saúde | Estudos sobre cárcere

Resumo

O projeto Cosmopolíticas do Cuidado no Fim-do-mundo reúne pesquisadores(as) e ativistas de diversas instituições no Brasil, especialmente voltados aos estudos sobre a região norte do país, pois dá continuidade à longa relação que o coordenador tem com esse território. O eixo aqui proposto, que aborda encarceramento, é alimentado pelas discussões realizadas em Manaus através da Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas. O projeto Cosmopolíticas faz, assim, um esforço de produção colaborativa de conhecimentocom o projeto Desencarcera Amazonas (Grupo Ilhargas - UFAM) e o Coletivo de Familiarese Amigos de Presos e Presas do Amazonas (FAPAM), que desde 2019 vem desenvolvendo um trabalho intenso de denúncia das violências e violações dos direitos humanos que ocorrem nas unidades prisionais de Manaus, com pessoas presas e seus familiares. Além de fortalecer este trabalho conjunto, a(o) bolsista de mestrado irá desenvolver uma pesquisa etnográfica que visa compreender as intersecções de raça e gênero no processo saúde-doença-cuidado entre mulheres afetadas pelo cárcere. Considerando também, quemuitas delas, experienciam a maternidade nesse contexto de violação de direitos. Apesar derepresentar pouco mais de 5% da população carcerária brasileira, como mostram os dados doSISDEPEN (2023), as mulheres aprisionadas enfrentam diversos desafios relacionados àviolência de gênero, violação de direitos, principalmente direitos sexuais e reprodutivos,abandono, impedimento de vivenciar a gestação e a maternidade de forma digna, dentre outras punições. Quando estão na posição de familiares, as mulheres são as principais agentes de manutenção da sobrevivência de homens encarcerados, pois desempenham um papel fundamental na luta pela garantia de direitos e bem estar de seus familiares e amigosaprisionados. Mães, esposas, irmãs, tias... "puxam cadeia" junto com seus entes queridos privados de liberdade e com eles sofrem as punições,sofrimentos e adoecimentos do sistemaprisional. São essas as mulheres que levam alimentos e itens básicos para dentro dospresídios pensando no bem estar da pessoa presa. São essas as mulheres que passam porsituações vexatórias e rotinas desgastantes para realizar visitas. São essas as mulheres quepressionam instituições públicas pela garantia de direitos básicos e denunciam as violações eviolências que ocorrem em estabelecimentos prisionais. A pesquisadora deverá realizar, além da pesquisa de campo de carácter etnográfico,eventos acadêmicos e de extensão (Encontros de Saberes) e Oficinas de Composição de Futuros, participar ativamente da produção da Plataforma Transmídia que será criada para o projeto e para formação de alunos da Faculdade de Saúde Pública da USP. A candidata terá a oportunidade de desenvolver suas habilidades de pesquisa, buscar parcerias e estágios internacionais, colaborar com uma equipe heterogênea e interdisciplinar de pesquisadores e colaboradores e divulgar importantes resultados de pesquisa.

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre a bolsa:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)