A família e o cativeiro: cotidiano conjugal na São Paulo setecentista

• Processo: 24/05263-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2028
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - História - História do Brasil
• Pesquisador responsável: Ricardo Alexandre Ferreira
• Beneficiário: Marília Tofanetto Alves
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
• Bolsa(s) vinculada(s): 25/07773-2 - A família e o cativeiro: cotidiano conjugal na são paulo setecentista, BE.EP.DR
• Assunto(s): Concubinato Escravidão Família
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Concubinato | Escravidão | familia | Tribunal Episcopal de São Paulo | História da família; História da Escravidão

Resumo

O presente trabalho objetiva a avaliação da escravidão enquanto um entrave para a concepção da família na São Paulo setecentista. Refere-se aqui, cabe destacar, à família considerada legítima pela Igreja. O casamento, elevado ao estatuto de sacramento pela Igreja reformadora, tinha como intento o disciplinamento das intimidades. Quando a prática sexual se tornou passível de regramentos, erigiu-se, com ela, a família legítima. Na aliança entre iguais, discretamente sugerida em relação aos temperamentos e austeramente inculcada no tocante ao patrimônio e, mais gravemente, à cor e ao acesso à liberdade, o matrimônio e, por consequência, a família cristã se tornaram braços direitos do projeto colonizador. Nesse sentido, os amancebamentos difundidos pela colônia luso-americana ameaçavam o cânone do matrimônio. Com base nesse pressuposto, entendendo a família como um projeto também racial, buscar-se-á, através dos processos criminais relativos ao delito de concubinato ajuizados pelo Tribunal Episcopal de São Paulo, a reconstituição das tensões cotidianas - domésticas e conjugais - que, sob os olhos dos contemporâneos, danavam o triunfo da família cristã na cidade de São Paulo. Assim, a partir da crítica de processos-crime, pretende-se averiguar o papel de indivíduos não brancos, sobretudo escravos, nos conflitos ameaçadores do bem viver familiar.