Vocalização dos anuros e seu significado: caracteres comportamentais e fisiológicos ajudam a entender a evolução da comunicação.

• Processo: 24/20185-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2025
• Data de Término da vigência: 30 de junho de 2025
• Área de conhecimento: Interdisciplinar
• Pesquisador responsável: Carlos Arturo Navas Iannini
• Beneficiário: Laura Camila Cabanzo Olarte
• Supervisor: Catherine Robb Bevier
• Instituição Sede: Instituto de Biociências (IB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Colby College, Estados Unidos
• Vinculado à bolsa: 23/12446-5 - Vocalização de anuros e o sistema E da linguagem, BP.PD
• Assunto(s): Evolução Zoologia Fisiologia
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: anurans | bioacoustics | evolution | linguistics | neuroscience | Zoology | physiology

Resumo

A comunicação acústica desempenha um papel vital nas interações dos anuros, especialmente durante a reprodução, quando os machos utilizam chamados para defender territórios, atrair fêmeas e se comunicar com outros machos da mesma espécie. Pesquisas sugerem que os machos podem modular a composição dos chamados, indicando uma forma de 'sintaxe composicional'. As fêmeas dependem desses sinais acústicos para o reconhecimento do parceiro, e processos neurofisiológicos influenciam a resposta auditiva. Assim, a atividade neural de machos e fêmeas em resposta a esses sinais difere, mas mais pesquisas são necessárias para compreender a variação populacional nesses caracteres: os relatos atuais são muito escassos e se concentram em poucas espécies-modelo. Testes de reprodução controlada quantificam as respostas, mas estudos de campo são essenciais para explorar o contexto social e potenciais estruturas sintáticas na comunicação dos anuros, lançando luz sobre o comportamento reprodutivo. A Rã-muçulmana (Aquarana septentrionalis) e a Rã-leopardo (Rana pipiens) servem como espécies-chave para explorar esses padrões, pois os machos dessas espécies produzem chamados complexos. Este projeto visa explorar os processos neurofisiológicos subjacentes envolvidos na percepção e processamento dos sinais acústicos masculinos por indivíduos da mesma espécie, tanto machos quanto fêmeas. Utilizaremos uma abordagem experimental, tanto em ambiente controlado de laboratório quanto no campo, através de testes comportamentais de reprodução de som. Resumidamente, transmitiremos estímulos acústicos, documentaremos as respostas de fêmeas e machos e coletaremos amostras de indivíduos para atividade neural, a fim de identificar as regiões neurais envolvidas no reconhecimento acústico. Ampliar essa análise para mais espécies ajudará a esclarecer o valor adaptativo dos chamados complexos com múltiplas notas em contextos sociais e a melhorar a compreensão das limitações perceptuais e de resposta em machos e fêmeas durante a reprodução.