Variação comportamental inter- e intraespecífica em primatas e suas consequências para funções ecossistêmicas

• Processo: 24/15187-3
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2027
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia
• Pesquisador responsável: Raul Costa Pereira
• Beneficiário: João Victor de Amorim Verçosa
• Instituição Sede: Instituto de Biologia (IB). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Callicebus nigrifrons Dieta Movimento
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Callicebus nigrifrons | dieta | Ecologia de indivíduos | Interações sociais | Movimento | personalidade animal | Ecologia

Resumo

Ao longo de suas vidas, animais tomam uma miríade de decisões comportamentais sobre (i) onde obter energia e nutrientes, (ii) com quem e como interagir socialmente, e (iii) quando e para onde se movimentar. Esses comportamentos emergem de decisões tomadas por indivíduos e podem variar tanto dentro de espécies quanto entre espécies. Fatores intrínsecos (e.g., tipo de dieta) e extrínsecos (e.g., sazonalidade ambiental) podem influenciar as variações comportamentais, mas ainda sabemos pouco sobre as causas e as consequências dessa variação entre os indivíduos e entre espécies. Nesse sentido, o objetivo do projeto é compreender, de forma integrada, quais as causas da variação comportamental intraespecífica (para uma espécie de primata neotropical) e interespecífica (para os primatas de modo geral), e compreender quais as consequências dessa variação em um serviço ecossistêmico-chave, a dispersão de sementes. Usaremos como modelo de estudo o macaco sauá Callicebus nigrifrons, considerando os grupos sociais como unidade de tomada de decisão coletiva. Queremos responder a quatro perguntas principais: (1) Como o comportamento dos sauás varia entre grupos ao longo do tempo? (2) Como a variações intra- e intergrupo nas três dimensões de tomadas de decisões comportamentais (movimento, alimentação e interação) se combinam para determinar a variação comportamental total dos sauás? (3) Será que temperatura, precipitação, dieta e organização social podem predizer a variação comportamental entre espécies de primatas? (4) Qual o grau de variação intraespecífica de efetividade de dispersão de sementes entre grupos de sauás? Para responder às perguntas com os sauás, usaremos uma série temporal de dois anos de dados mensais de comportamento, obtidos por scan sampling, tracks contínuos e coleta de fezes de três grupos de sauás na Serra do Japi (SP). Já em escala global, para compreender como esses comportamentos variam entre espécies diferentes, realizaremos uma meta-análise. Esperamos que o projeto gere ferramentas e conceitos inovadores para favorecer abordagens integradoras em ecologia, evolução e conservação.