Avaliação da microbiota gastrointestinal da abelha nativa Scaptotrigona depilis na detoxificação de agroquímicos utilizados na cultura de café

• Processo: 24/13652-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de abril de 2025
• Data de Término da vigência: 30 de junho de 2026
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Farmácia - Farmacognosia
• Pesquisador responsável: Mônica Tallarico Pupo
• Beneficiário: Bárbara Gimenes de Castro
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 13/07600-3 - CIBFar - Centro de Inovação em Biodiversidade e Fármacos, AP.CEPID
• Assunto(s): Agroquímicos Biotransformação Microbioma gastrointestinal Scaptotrigona depilis
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: agroquimicos | biotransformação | detoxificação | microbiota intestinal | Scaptotrigona depilis | Biotransformação

Resumo

Os impactos socioambientais associados à industrialização da agricultura a partir de 1960 têm colocado em questionamento a viabilidade da manutenção desse modelo para suprir a demanda mundial crescente por alimentos. O desequilíbrio ecossistêmico causado pela intensificação do uso de agrotóxicos tem deixado o manejo agrícola cada vez mais dependente desses produtos e colocado em risco a biodiversidade, principalmente de polinizadores. Estima-se um declínio de 25% da diversidade de abelhas no mundo, sendo os pesticidas, aliados ao manejo industrial, alguns dos responsáveis. A vulnerabilidade das abelhas aos pesticidas pode estar associada à escassez de genes de detoxificação em comparação com os insetos praga. Em contrapartida, estudos com Apis mellifera têm evidenciado a contribuição da microbiota intestinal para o metabolismo de xenobióticos, identificando espécies capazes de biotransformar e/ou modular a resposta do inseto a diferentes agroquímicos. Considerando a diversidade de abelhas nativas e a importância da atividade agropecuária no Brasil, o objetivo desse projeto é explorar as interações simbióticas da microbiota intestinal da abelha sem ferrão Scaptotrigona depilis envolvidas na detoxificação de Glifosato, Imidacloprid e Clorpirifós, agrotóxicos utilizados na cultura do café, 4° maior valor de produção agrícola do país. Para isso, os microrganismos tolerantes serão isolados e avaliados quanto a cinética de crescimento em diferentes concentrações dos agrotóxicos e quanto a capacidade de biotransformá-los. Ao correlacionar esses dados com a identificação dos produtos metabólicos, buscamos expandir os conhecimentos a respeito da ecologia química das abelhas sem ferrão aplicada a ecotoxicologia, contribuindo para os avanços em políticas de preservação dessas espécies e explorando o potencial biotecnológico alinhado à Agricultura Sustentável.