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Contribuição da NETose induzida pela angiotensina II na disfunção vascular e hipertensão arterial associada ao consumo de etanol

Processo: 24/13353-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de maio de 2025
Data de Término da vigência: 30 de abril de 2028
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Farmacologia - Farmacologia Cardiorenal
Pesquisador responsável:Carlos Renato Tirapelli
Beneficiário:Alessandra Oliveira Silva
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Angiotensina II   Etanol   Hipertensão   Neutrófilos   Vascular
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:angiotensina II | Etanol | hipertensão arterial | NETose | neutrófilos | Vascular | Farmacologia vascular

Resumo

A hipertensão arterial decorrente do consumo de etanol acomete uma parcela significativa da população mundial estando associada a alta morbimortalidade em virtude de suas complicações. O consumo de etanol ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e o bloqueio do receptor AT1 (AT1R) da angiotensina II previne a hipertensão arterial e disfunção vascular em resposta ao etanol. A disfunção vascular promovida pelo etanol ocorre por múltiplos mecanismos e envolve aumento de tromboxano (TX)A2 e da concentração de Ca2+ intracelular, ativação da enzima NADPH oxidase com consequente aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e redução da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO). Ademais, o etanol favorece a infiltração de neutrófilos na vasculatura, sendo essa resposta concomitante ao aumento de citocinas pró-inflamatórias. Assim, é possível que os neutrófilos contribuam para o dano vascular e hipertensão arterial associada ao consumo de etanol. A angiotensina II, via AT1R, induz ativação de neutrófilos em quadros de hipertensão arterial, resposta que culmina na liberação vascular de armadilhas extracelulares de neutrófilos (neutrophil extracelular traps; NETs) por um processo de morte celular chamado NETose. Apesar de ser um mecanismo de defesa do organismo, a NETose pode gerar danos teciduais. Dados recentes mostram que, na vasculatura, a NETose mantém e amplifica um quadro inflamatório que é caracterizado pela ativação do NFºB, aumento de citocinas pró-inflamatórias (TNF-±, IL-6 e IL-1²), TGF-², endotelina-1, TXA2 e aumento da formação de ERO. Assim, hipercontratilidade e redução do relaxamento vascular são consequências comuns em diferentes condições nas quais a NETose induz dano vascular. A NETose é um mecanismo pelo qual o etanol promove seus efeitos deletérios no fígado. No entanto, não há dados acerca do envolvimento da NETose nos danos cardiovasculares induzidos pelo consumo dessa substância. O presente projeto visa preencher uma lacuna no entendimento do mecanismo que leva ao estado hipertensivo induzido pelo etanol, com foco na NETose, que, na última década, vem se estabelecendo como importante mecanismo e alvo terapêutico em diferentes condições que levam à disfunção vascular. O objetivo é investigar a contribuição da NETose, induzida pelo angiotensina II, na disfunção vascular e hipertensão arterial induzida pelo consumo de etanol. Duas hipóteses foram aventadas: 1) O consumo de etanol irá estimular o SRAA, aumentando a produção de angiotensina II, que por sua vez irá estimular (via AT1R) a infiltração de neutrófilos na vasculatura por meio de aumento da produção de quimiocinas (CXCL1 e CXCL2) e da expressão de moléculas de adesão (P-selectina, VCAM-1, ICAM-1). A angiotensina II ativará o AT1R nos neutrófilos desencadeando uma resposta intracelular nessas células que levará à NETose; 2) As NETs liberadas no vaso promoverão disfunção vascular por mecanismos que envolvem o aumento da geração de mediadores pró-contráteis (ERO, TXA2 e endotelina-1) e pró-inflamatórios (TNF-±, IL-6 e IL-1²). A NETose causará disfunção vascular e propagará uma resposta inflamatória local que contribuirá para disfunção vascular e aumento da pressão arterial. Com esse propósito, camundongos machos C57Bl6 serão tratados com solução de etanol por 12 semanas. A participação do AT1R na infiltração vascular de neutrófilos e indução de NETose será avaliada utilizando o losartan (antagonista seletivo AT1R). A participação da NETose será avaliada utilizando-se camundongos Pad4fl/fl (B6.Cg-Padi4tm1.2Kmow), que são nocautes para a PAD4, proteína essencial no processo de NETose. Serão realizadas avaliações funcionais (pressão arterial, reatividade vascular) e moleculares (citometria de fluxo, ELISA, imunofluorescência, Western immunoblotting) utilizando o sangue e o leito arterial mesentérico.

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