Movimentos em movimento: análise comparativa das ações dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais urbanos argentinos e brasileiros entre 2022 e 2024

• Processo: 25/06966-1
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
• Data de Início da vigência: 08 de outubro de 2025
• Data de Término da vigência: 07 de abril de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Geografia - Geografia Humana
• Pesquisador responsável: Eduardo Paulon Girardi
• Beneficiário: Wilians Ventura Ferreira Souza
• Supervisor: Fernanda Valeria Torres
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Universidad Nacional de La Plata (UNPL), Argentina
• Vinculado à bolsa: 23/04409-2 - Movimentos socioespaciais e socioterritoriais urbanos e os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável: estudo comparativo entre brasil e argentina, BP.DR
• Assunto(s): Argentina Brasil Urbano
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Argentina | Brasil | Movimientos Socioespaciales | Movimientos Socioterritoriales | Urbano | Movimentos Socioespaciais; Movimentos Socioterritoriais; Teoria Geográfica dos Movimentos

Resumo

Os movimentos socioespaciais e socioterritoriais no Brasil e na Argentina surgem como organizações fundamentais na disputa pelo direito à cidade e ao território revelando a profunda conflitualidade inerente à produção do espaço urbano. Enraizados em contextos de neoliberalização das políticas urbanas e territoriais, esses movimentos enfrentam processos de segregação, despejos forçados e mercantilização do solo, pauperização da vida e desigualdades socioespaciais exacerbadas desafiando a lógica de acumulação capitalista que organiza e estrutura as cidades. A geografia crítica permite compreender essas lutas como práticas espaciais que reconfiguram o território, desestabilizando as hierarquias impostas pelo Estado e pelo mercado. Assim, os movimentos socioespaciais e socioterritoriais não apenas contestam as desigualdades estruturais, mas também produzem novas espacialidades e territorialidades, construindo formas alternativas de organização do espaço urbano que desafiam a lógica hegemônica de exclusão e expropriação. O desenvolvimento do estágio de pesquisa no exterior estabelece uma íntima relação com os objetivos da tese de doutorado em andamento, sendo essencial para aprofundar as discussões teóricas, coletar e sistematizar dados, além de fortalecer articulações acadêmicas necessárias para a consecução plena da pesquisa internacional e comparativa entre Brasil e Argentina. Um dos objetivos centrais deste estágio é o aprimoramento, avaliação e manutenção técnica e crítica do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA) Urbanos no Brasil e Argentina por meio do refinamento técnico do banco de dados, uma ferramenta fundamental para consolidar uma análise qualiquantitativa sobre os movimentos socioterritoriais e socioespaciais urbanos em ambos os países o que possibilitará alcançar o objetivo geral e os objetivos específicos da tese. A partir do exercício comparativo entre as conflitualidades, disputas, ações e configuração dos movimentos urbanos desses países - inseridos em um contexto latino-americano marcado por instabilidades políticas, econômicas e sociais -, constrói-se a seguinte reflexão: os movimentos socioespaciais (que têm no espaço sua principal atuação via mediação) e os movimentos socioterritoriais (que operam a partir da disputa pelo território - via apropriação) constroem diferentes tipologias de ações espaciais e formas de organização, orientadas pela mediação ou apropriação do espaço geográfico, bem como suas estratégias produzem e reforçam a identidade espacial (espacialidades) e territorial (territorialidades) desses movimentos. A realização do estágio na Facultad de Humanidades y Ciencias de La Educación (FAHCE) - Universidad Nacional de La Plata (UNLP) nos permitirá não apenas o aprofundamento desses eixos teóricos e metodológicos, mas também viabilizará o desenvolvimento do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA) Urbanos, consolidando um instrumento técnico e crítico fundamental para a análise comparativa dos movimentos. (AU)