Nos corredores da mente: o labirinto narrativo em Angústia, de Graciliano Ramos

• Processo: 25/12378-5
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2026
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Letras - Teoria Literária
• Pesquisador responsável: Cleomar Pinheiro Sotta
• Beneficiário: Rafael Tomé Trevisan
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
• Assunto(s): Angústia Graciliano Ramos Labirinto Romance
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: angústia | Foco Narrativo | Graciliano Ramos | labirinto | Romance | Narratologia

Resumo

Este projeto de pesquisa propõe uma análise do romance Angústia (1936), de Graciliano Ramos, com a finalidade de demonstrar a estrutura labiríntica de seu foco narrativo. A investigação parte da hipótese de que os procedimentos narrativos adotados exprimem a vivência de um labirinto mental, tal como experimentado pelo narrador-personagem Luís da Silva. Inspirando-se nos estudos sobre a imagem do labirinto na literatura - como os de André Peyronie (2000), Ana Maria Lisboa de Mello (2007) e Jean Chevalier (2002) -, o trabalho busca demonstrar como o foco narrativo da obra reflete a perda de sentido e a ausência de um "centro" ordenador da experiência, características da condição moderna. Em diálogo com a tradição dos romances de análise psicológica, que podem usar o labirinto como uma representação dos estados interiores dos personagens, Angústia apoia-se no monólogo interior para exprimir as noções de desorientação, fragmentação, isolamento, errância e circularidade. Com base também nas contribuições da narratologia e da fortuna crítica de Graciliano Ramos, pretende-se mostrar que Angústia inaugura uma nova etapa na produção do autor, marcada pela maior imersão na subjetividade humana. Espera-se comprovar, assim, como a articulação entre forma e conteúdo empreendida no romance contribui para a representação de conflitos e experiências humanas que ainda ressoam na contemporaneidade. (AU)