Resumo
O Brasil tem muitas urgências, entre elas as relativas à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. Entre os setores em que essas urgências nacionais se mostram ainda mais fortes e prementes está o da produção de biomateriais e suas aplicações médicas. Nesse sentido, iniciativas da engenharia tecidual e da biotecnologia objetivam o desenvolvimento de novos biomateriais e métodos para reparação de tecidos para aplicações clínicas nas diversas áreas da saúde. Envolvendo o cenário dessas iniciativas está o cenário maior dos polissacarídeos de origem microbiana, entre eles a celulose bacteriana (CB). A CB apresenta propriedades físicas e biológicas interessantes e tem sido utilizada em medicina como instrumento na reconstrução e substituição temporária da pele, em queimaduras e outras situações como úlceras e enxertos. Neste caso, ela atua como uma barreira contra os microorganismos, em lesões de tecido mole proporcionando uma recuperação mais rápida e menos dolorosa ao paciente, reduzindo as cicatrizes provocadas por esses tipos de ferimentos. A membrana de CB por ser um material altamente nanoporoso pode ser aprimorada incorporando-se compostos terapêuticos durante ou após sua síntese, além de também poder ser infundida com outros compostos terapêuticos sem causar qualquer alteração de suas propriedades benéficas. A arginina é um exemplo de composto a ser incorporado, uma vez que exerce diversos efeitos no organismo, incluindo modulação da resposta imune, secreção hormonal, tônus vascular, função endotelial e cicatrização de feridas, efeitos estes mediados pelo óxido nítrico (NO). Neste contexto, o presente projeto objetiva a incorporação de arginina em celulose bacteriana e avaliar a potencialidade de sua utilização, em processos de regeneração tecidual e, a longo prazo, o uso de membranas funcionalizadas, como curativos de longa permanência.
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