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Inhassune, de campo a localidade. rumores, narrativas e memória dos "improdutivos" ("prostitutas", "inimigos", "traidores" e "vadios")

Processo: 08/02955-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Data de Início da vigência: 15 de dezembro de 2008
Data de Término da vigência: 14 de fevereiro de 2009
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:Omar Ribeiro Thomaz
Beneficiário:Omar Ribeiro Thomaz
Pesquisador Anfitrião: Teresa Cruz e Silva
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Moçambique  
Assunto(s):Moçambique   Socialismo
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Antropologia Da Guerra | Mocambique | Pos-Socialismo | Revolucao | Socialismo | Antropologia da África Contemporânea

Resumo

Nos anos que se seguiram à independência de Moçambique (1975), a idéia da construção do Homem Novo passou a estar diretamente conectada a territórios excepcionais que eventualmente acabaram corporificando a idéia de "campo". A esmagadora maioria da população deveria ser concentrada em grandes machambas, ora organizadas não segundo parâmetros "tradicionais", mas a partir de uma cuidadosa análise "científica" da realidade camponesa. Os comprometidos com a velha ordem ou com comportamento moral suspeito, seriam enviados a campos de reeducação. Os inimigos políticos, para campos de prisioneiros. O Homem Novo seria construído a partir da ruptura dos indivíduos com suas lealdades anteriores - étnicas, de classe, regionais, religiosas, linhageiras ou familiares.Em 1983 foi desencadeada a Operação Produção, com o propósito de enviar a campos de trabalho ou colonização aqueles classificados como vadios ou improdutivos e, mais uma vez, os acusados de comportamento imoral. Pretendemos aqui dar continuidade a um trabalho junto à localidade de Inhassune (província de Inhambane, sul de Moçambique), formada or remanescentes da Operação Produção.Os campos de reeducação, trabalho e internamento, que existiram em Moçambique de 1975 até meados da década de 1980, quando a guerra se alastrou pelo país e inviabiliza sua existência, têm sido investigação. Tendo como ponto de partida a experiência daqueles que passaram pelos campos pretende-se compreender o seu funcionamento, a sua dimensão e, por fim, o seu sentido na contemporânea história de Moçambique. Ao registro da história oral e da memória devem-se somar os inúmeros rumores que até os dias atuais fazem parte do dia a dia dos moçambicanos. A existência destes territórios excepcionais resta indelével na memória dos moçambicanos. (AU)

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