Estudos sobre a ocorrência de compostos organoestânicos na Costa Paulista: sedimentos superficiais

• Processo: 97/09734-2
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 1997
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2001
• Área de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra - Química - Química Analítica
• Pesquisador responsável: Mary Rosa Rodrigues de Marchi
• Beneficiário: Ana Flavia Locateli Godoi
• Instituição Sede: Instituto de Química (IQ). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Araraquara , SP, Brasil
• Assunto(s): Estanho Compostos organometálicos
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Conpostos Organoestanicos | Especiacao De Estanho

Resumo

O tema do projeto de pesquisa envolve a investigação da ocorrência de compostos organometálicos de estanho em zonas portuárias do estado de São Paulo. Tais áreas apresentam grande concentração de compostos organoestânicos, pois estes constituem o grupo de agentes biocidas mais amplamente utilizado em pinturas marinhas antiincrustantes que recobrem os cascos dos navios. Os compostos organoestânicos quando utilizados como constituintes das tintas antiincrustantes na pintura dos cascos de embarcações, são lixiviados de forma paulatina e entram no meio marinho afetando indiscriminadamente a maior parte dos organismos que ali vivem causando um impacto bastante negativo à maricultura e à pesca. Conseqüentemente, restrições severas foram impostas ao uso destes compostos no Japão, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além de estarem incluídos na lista de contaminantes prioritários da EU (União Européia - Directiva 76/464) e figurarem em redes de monitoramento da contaminação de águas em vários locais da Europa (rios Danúbio e Reno e Mar Mediterrâneo, por exemplo). Em geral as legislações proibitivas são impostas ao mesmo tempo em que são montadas redes de monitoramento para avaliar a efetividade da legislação. Sabendo-se que o Brasil possui um dos maiores portos da América do Sul e que a maricultura e a pesca são importantes atividades econômicas e de subsistência no país, propõe-se então como objetivo diagnosticar de forma quali e quantitativa a contaminação de sedimentos superficiais marinhos por compostos organoestânicos na Costa Paulista. O trabalho envolve inicialmente a validação das condições cromatográficas de análise, determinando os limites de detecção e determinação e também o intervalo de linearidade para o detector que será utilizado. A metodologia utilizada é uma proposta do grupo do Dr. Josep Maria Bayona, do Departamento de Química Ambiental do Centro de Investigación y Desarollo do Consejo Superior de Investigaciones Cientificas (CID-CSIC), de Barcelona, Espanha. Este grupo vem estudando há mais de dez anos o impacto ambiental (principalmente marinho) causado pelos OTs (do inglês organotins). Seguindo a etapa de implantação da metodologia, serão feitas duas campanhas de amostragem, com um intervalo de seis meses entre elas, com o auxílio do Instituto Oceanográfico da USP, através da Dra. Rosalinda Carmela Montone. As amostras de sedimento serão coletadas em 5 pontos do litoral paulista - Santos, Guarujá, São Sebastião, Ubatuba e Cananéia, até no máximo a 50 m dos portos, marinas ou ancoradouros, já que é sabido que os OTs têm um nível de dispersão muito baixo, permanecendo no local onde foram lançados. Após a coleta, a amostra é tratada seguindo os métodos de extração com ácido acético e tolueno em ultrassom, derivatização com reagente de Grignart e cleanup com alumina ativada, processos escolhidos dentre os vários estudados pelo laboratório do Dr. Bayona. O extrato é então analisado por GC/FPD utilizando uma coluna DB-17. Os resultados obtidos na primeira campanha de amostragem servirão de subsídio para redirecionar ou manter o plano de amostragem inicial na segunda campanha de amostragem que deverá ser realizada cerca de seis meses depois da primeira. Os resultados finais serão discutidos em conjunto com a Dra. Rosalinda C. Montone (IO-USP) e com o Dr. Josep M. Bayona (CID-CSIC, Barcelona). (AU)