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Aspectos morfológicos e moleculares do modelo experimental da tioacetamida no estudo da hepatocarcinogênese.

Texto completo
Autor(es):
Tânia Cristina Lima Portela
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/SDI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jose Roberto Machado Cunha da Silva; Bruno Cogliati; Vanessa Morais Freitas; Fernando Salvador Moreno; Marilia Cerqueira Leite Seelaender
Orientador: Jose Roberto Machado Cunha da Silva; Francisco Javier Hernandez Blazquez
Resumo

O carcinoma hepatocelular (CHC) é a principal causa de morte em pacientes com cirrose hepática. O prognóstico para o CHC é muito pobre; trata-se de um tumor agressivo que progride rapidamente e, portanto, o diagnóstico precoce é o único meio de aumentar a sobrevida dos pacientes. O presente estudo sugere a tioacetamida (TAA) como modelo experimental de carcinogênese no microambiente cirrótico e busca identificar os mecanismos iniciais do desenvolvimento tumoral durante a cirrose. Neste trabalho, ratos Wistar machos foram injetados com TAA i.p. 3 vezes/semana por 14, 21 e 35 semanas. Foram examinados os efeitos sobre a função hepática, morfologia, desenvolvimento e características de lesões pré-neoplásicas (LPNs), bem como expressão tecidual e gênica dos marcadores tumorais mais comuns no CHC. O tratamento com TAA promoveu alterações que compreenderam a deposição de tecido cicatricial com desenvolvimento de cirrose hepática, inflamação, aumento da proliferação celular e da apoptose, desenvolvimento de LPNs e modificações na expressão dos marcadores tumorais. As alterações celulares e estruturais do tecido hepático resultaram em redução do ganho de peso dos animais e aumento do peso e do volume do fígado, proporcional ao tempo de tratamento. O índice de atividade histológica foi maior no fígado cirrótico e alcançou maior valor após 35 semanas de tratamento. Marcadores sanguíneos de lesão hepática aumentaram nos animais tratados ao passo que os marcadores de função mostraram melhora com o passar do tempo. Os níveis de alfa-fetoproteína foram maiores após 14 semanas de tratamento. A administração de TAA por 21 semanas resultou em maior número de LPNs, com predomínio de lesões persistentes sobre remodelantes em número e tamanho. A proliferação celular foi exacerbada nos fígados cirróticos sendo mais elevada em 14 semanas e apresentando redução significativa após 35 semanas. O número de corpúsculos apoptóticos foi maior no tecido cirrótico e a apoptose foi mais pronunciada em 21 semanas. O painel imuno-histoquímico composto por GPC3, HSP70 e GS demonstrou maior positividade para a combinação HSP70+GS, uma vez que a expressão de GPC3 foi baixa em todos os grupos. A análise dos marcadores moleculares GPC3, survivina e LYVE1 concordou com os resultados das LPNs. A expressão gênica de survivina foi maior em 14 semanas, quando foi observada também maior proliferação, e diminuiu ao longo do tratamento. A expressão de LYVE1 diminuiu nos grupos de 14 e 21 semanas, porém, foi significativamente elevada em 35 semanas. A partir desses resultados, concluímos que o modelo da TAA foi adequado para a indução de cirrose e para o desencadeamento da hepatocarcinogênese. As fases de iniciação e promoção foram identificadas em todos os períodos avaliados, entretanto, a TAA mostrou-se uma importante ferramenta para a fase de promoção aumentando a proliferação celular e o tamanho das LPNs. O tratamento por 21 semanas foi o mais eficaz em aliar a iniciação e promoção da hepatocarcinogênese, como mostrado pelo número e pelo tamanho das lesões. Contudo, nenhum grupo desenvolveu CHC indicando que a TAA, provavelmente, necessita ser associada com outras substâncias tendo em vista seu principal efeito como agente promotor. (AU)

Processo FAPESP: 10/51686-1 - Aspectos morfologicos e moleculares do modelo experimental da tioacetamida no estudo da hepatocarcinogenese.
Beneficiário:Tânia Cristina Lima Portela
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado