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Analise da composição da madeira de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil): subsidios para o entendimento de sua estrutura e resistencia a organismos xilofagos

Texto completo
Autor(es):
Claudia Alves da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcia Regina Brochetto Braga; Andre Luiz Ferraz; Angelo Luiz Cortelazzo; Marilia de Moraes Castro; Dacio Roberto Matheus
Orientador: Marcia Regina Brochetto Braga
Resumo

Neste trabalho, a madeira de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil) oriunda da Reserva Biológica da Estação Experimental de Moji-Guaçu (SP) foi analisada quanto ao teor e composição de extrativos, lignina, polissacarídeos de parede celular e resistência a organismos xilófagos e comparada com as madeiras de Anadenathera macrocarpa (Benth.) Brenae (angico-preto), Eucalyptus grandis Hill ex Maiden (eucalipto) e Pinus elliottii (Warm.) Engelm (pinus). Os extrativos obtidos em etanol foram encontrados em maior teor no cerne de C. echinata quando comparado às demais madeiras. A análise dos extrativos quanto ao teor e composição de ciclitóis revelou que o alburno de C. echinata e os cernes de E. grandis e A. macrocarpa apresentaram os maiores conteúdos desses açúcares, com predomínio de pinitol em C. echinata e A. macrocarpa. Nos ensaios de laboratório com cupins-de-madeira-seca foi observado que o cerne de C. echinata sofreu o menor desgaste, ocasionando maior mortalidade desses insetos, possivelmente devido às substâncias tóxicas presentes nos extrativos. Nos ensaios com os fungos causadores de podridões, o cerne de C. echinata sofreu perda de massa inferior a 3%, sendo similar àquele de A. macrocarpa, conhecido por sua alta resistência, o que confirma a elevada durabilidade natural de C. echinata. O perfil de degradação das madeiras pelos fungos evidenciou a redução preferencial de xilose nas angiospermas e manose em P. elliottii. Em relação ao teor de lignina, o alburno e o cerne de C. echinata não apresentaram diferenças quantitativas, sendo os valores semelhantes aos observados para E. grandis. Das análises microquímicas por microscopia de luz, após reação Maüle, constatou-se padrão de coloração do lenho de C. echinata semelhante ao de A. macrocarpa, com predomínio de lignina do tipo siringil nas paredes secundárias da fibra e lignina do tipo guaiacil nas paredes do elemento de vaso. A análise da composição da parede celular mostrou que a madeira de C. echinata difere das demais madeiras na composição de pectinas e no teor de hemiceluloses, sendo, entretanto, a composição desta fração similar à apresentada por E. grandis e A. macrocarpa. Em resumo, os resultados obtidos neste trabalho mostram que a madeira de pau-brasil, analisada sob diferentes aspectos e comparada com madeiras comerciais de alta e baixa resistência a organismos xilófagos, possui semelhanças com a madeira de alta resistência, podendo ser considerada de alta durabilidade natural e sugerindo desempenho comercial semelhante. Não foi possível, no entanto, atribuir essa característica a um fator isolado, uma vez que a resistência é conseqüência da interação dos vários componentes na madeira. Considerando-se que o pau-brasil encontra-se na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção, sua indicação para usos múltiplos deve ser cuidadosamente avaliada (AU)

Processo FAPESP: 01/13514-5 - Análise da composição da parede celular da madeira de Caesalpinia echinata Lam. (Pau-Brasil) subsídios para o entendimento de suas propriedades mecanicas e sua resistência a organismos xilófagos
Beneficiário:Claudia Alves da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado