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Sob suspeita: negros, pretos e homens de cor em São Paulo no inicio do seculo XX

Texto completo
Autor(es):
Lívia Maria Tiéde
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Silvia Hunold Lara; Robert Wayne Andrew Slenes; Joseli Maria Nunes Mendonça; Maria Clementina Pereira Cunha
Orientador: Silvia Hunold Lara
Resumo

Esta dissertação estuda a população negra paulistana no início do século XX na cidadede São Paulo, a partir da grande imprensa, de documentação policial e da chamada imprensa negra. Os jornais negros foram escritos por indivíduos que se nomeavam como "classe dos homens de cor". Para ser considerado "homem de cor" o negro deveria seguir algumas regras de conduta moral, expressas em artigos e por meio de críticas em seções específicas dos periódicos, e quem não compartilhava essas determinações era chamado por eles de "pretos". Combater o racismo e a discriminação eram os objetivos dos homens de cor, no entanto, esse só poderia ser efetivado por meio de ação conjunta de todos os negros, que deveriam dizimar os estigmas sociais a eles associados, como considerá-los a priori vagabundos, embriagados e criminosos. Em se tratando de mulheres negras, a estigmatização vinculava-se, além de tudo, à idéia de prostituição. Seguindo o ponto de vista dos homens de cor, buscamos entender como os negros apareciam na grande imprensa e em processos policiais. Verificamos que eram vistos como sujeitos suspeitos antes mesmo de se comprovar sua participação em algum delito, além da identificação não primar pela identidade do negro, mas ser feita unicamente por meio da cor. Dessa forma, procuramos entender como se dava a inserção de toda população negra nos bairros paulistanos, e se havia de fato separação entre homens de cor e pretos. Compreendemos que a estratégia dos homens de cor, para combater o racismo e a discriminação por meio da conduta, não surtia o efeito desejado porque todos os negros eram considerados suspeitos em potencial, pois independente da alcunha que atribuíssem a si mesmos, eram apenas "negros" para a sociedade paulistana (AU)

Processo FAPESP: 02/12113-0 - E quem não era homem de cor? Espaços de sociabilidades negras em São Paulo no início do século XX
Beneficiário:Livia Maria Tiede
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado