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Sinais dos tempos: marcas da violencia em diferentes modos de linguagem da criança

Texto completo
Autor(es):
Sheila Daniela Medeiros dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Educação
Data de defesa:
Membros da banca:
Angel Pino
Orientador: Angel Pino
Resumo

Ao mergulhar na aventura desafiadora de observar/vivenciar as tramas que se constroem na cotidianidade de uma realidade escolar, é possível perceber que, diversas vozes procuram explicar a não-participação dos alunos nas atividades escolares. Tais vozes, ao ressoarem em nossos ouvidos, apresentam explicações que vão desde a falta de motivação - passando pela imaturidade, por pressões de um universo cultural estranho ao da criança - até chegarem à resistência ao processo de dominação e reprodução da instituição escolar.No entanto, ao problematizar estas vozes, que emergem no espaço social de uma escola pública da periferia do município de Campinas, a partir dos pressupostos teóricometodológicos de Vygotsky e Bakhtin, o presente trabalho mostra-nos que por trás do emudecimento, da dispersão e do ( aparente) não-envolvimento das crianças com o trabalho acadêmico, não há falta de motivação, resistência ou conformismo, mas há diferentes modos de linguagem (gestos, expressões, desenhos, o silêncio e a própria linguagem oral/escrita) que as crianças fazem uso para dramatizar a violência fisica/simbólica vivida no meio social/no meio familiar.Deste modo, com o intuito de estudar "a significação dos diferentes modos de linguagem da criança que são marcas da violência", este trabalho procura interpretar: a relação entre os diferentes modos de linguagem e a violência; como estes diferentes modos de linguagem, que são marcas da violência, são produzidos (como eles aparecem); a significação das interações, mediadas por estes diferentes modos de linguagem, entre as próprias crianças e entre elas e a professora; e como a significação dessas interações é construída, transformada e negociada com o "outro". Tendo como base a análise dos episódios recortados do material empírico coletado para uma outra pesquisa realizada, anteriormente, nesta mesma escola, a pesquisa atual - do tipo qualitativa, construída no processo da pesquisa etnográfica leva-nos a perceber que a violência deixa "marcas" e, por ser um fenômeno que pertence aos assuntos humanos e que vai além da violação das leis e dos limites aceitos pela sociedade, permite entrever a ameaça do imprevisível, reduzindo a relação a um estado inconcebível no qual, a todo momento, tudo pode acontecer. Neste sentido, como a violência tece um sentimento de medo e terror, no caso desta pesquisa, as crianças analisadas estão fazendo uso de diferentes modos de linguagem, não só para revelarem um pedido de socorro, mas também para sinalizarem uma experiência silenciada de violência, que refere-se ao drama de um jogo que elas não podem vencer e nem mesmo escapar (AU)

Processo FAPESP: 96/02703-1 - Sinais dos tempos: a relacao entre a violencia fisica/simbolica e a linguagem da crianca.
Beneficiário:Sheila Daniela Medeiros dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado