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Conservação do mico-leão preto (Leontophitecus chrysopygus): tres tipos de manejo avaliados atraves da ecologia e comportamento

Texto completo
Autor(es):
Cristiana Saddy Martins
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Eleonore Zulnara Freire Setz; Paulo De Marco Júnior; Sergio Lucena Mendes; Wesley Rodrigues Silva; Maria Cecilia Martins Kierulff; Paulo Inácio Prado; João Vasconcellos Neto
Orientador: Eleonore Zulnara Freire Setz; Cláudio Valladares Padua
Resumo

o presente estudo teve como objetivo realizar três tipos de movimentações de indivíduos de mico-leão preto (Leontopithecus chrysopygus) (diferentes tipos de manejo), e avaliá-las através de parâmetros de ecologia e comportamento da espécie. A hipótese é que se os animais movimentados demonstrassem as mesmas tendências ecológico comportamentais de animais selvagens não movimentados, então poderíamos considerar que estavam adaptados ao novo ambiente, e que a movimentação foi bem sucedida. Os dados ecológicos de cada grupo movimentado foram coletados e comparados com os dados de um grupo selvagem. O primeiro tipo de movimentação realizado foi uma translocação, definida como a transferência de um grupo selvagem de uma área silvestre para outra. O grupo translocado apresentou a morte de um indivíduo e o nascimento de dois filhotes nos dois anos de observação. Um macho subadulto migrou para um grupo vizinho, onde se reproduziu. Os animais translocados dispenderam menos tempo em alimentação e forrageio do que o grupo selvagem, e mais tempo em comportamento social. Não houve diferença no sucesso de captura de presas animais entre os grupos. O grupo translocado utilizou mais os estratos mais altos da floresta, mas os dois grupos preferiram os estratos intermediários. O grupo selvagem utilizou preferencialmente frutos em sua dieta, e o translocado usou mais resinas e insetos. A avaliação das alterações ecológico-comportamentais dos micos após a translocação sugere que o grupo apresentou sucesso na adaptação à nova área e as diferenças encontradas entre o orçamento temporal do grupo translocado e do selvagem são provavelmente resultado de diferenças de qualidade do habitat utilizado e variação intra específica, e não conseqüências diretas da movimentação, pois foram verificadas um ano após a translocação. O segundo tipo de movimentação foi uma reintrodução de grupo misto. A reintrodução é a soltura de animais nascidos em cativeiro em área silvestre. Grupos mistos são grupos formados artificialmente através da reunião de animais selvagens. e animais nascidos em cativeiro. Foram realizadas duas reintroduções de grupo misto, com animais vindos de cativeiro com histórias distintas de criação. Na primeira reintrodução o macho de 4 anos vindo de cativeiro sobreviveu 3,5 meses. Na segunda reintrodução o macho de 2,5 anos de idade sobreviveu cinco e o macho de 1,5 anos de idade sobreviveu sete meses. Os grupos reintroduzidos dispendem menos tempo se alimentando, forrageando e se deslocando do que o grupo selvagem, e mais tempo descansando. O segundo grupo reintroduzido apresentou alterações de comportamento ao longo de tempo, diminuindo o descanso e aumentando o forrageio. Os grupos reintroduzidos obtiveram menor sucesso de captura de presas animais do que o grupo selvagem, e o primeiro grupo foi menos eficiente que o segundo. O grupo selvagem utilizou os estratos florestais de forma mais equitativa. Apesar da não sobrevivência dos animais reintroduzidos, houve mudança de comportamento dos animais cativos na direção do comportamento dos animais selvagens, indicando aprendizado e adaptação, ainda que com pouco tempo (máximo de sete meses) de observação. O terceiro tipo de movimentação foi a dispersão manejada de um duo de machos, ou seja, a captura de dois machos selvagens e soltura em território diferente do original, mas dentro da mesma população selvagem. Não foi possível coletar dados de comportamento e ecologia, e os dois animais morreram num período de 3 e 8 meses. Como instrumento de manejo, a dispersão manejada do duo de machos não alcançou êxito (AU)

Processo FAPESP: 98/15549-6 - Ecologia e comportamento de grupos de mico-leão-preto (Leontopitheus chrysopygus) manejados
Beneficiário:Cristiana Saddy Martins
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado