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Historia de uma antropologia da boa vizinhança: um estudo sobre o papel dos antropologos nos programas interamericanos de assistencia tecnica e saude no Brasil e no Mexico (1942-1960)

Texto completo
Autor(es):
Regina Erika Domingos de Figueiredo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Mariza Correa; Ana Maria Canesqui; Antônio Sérgio A Guimarães; Nisia Trindade Lima; Omar Ribeiro Thomaz
Orientador: Mariza Correa
Resumo

Neste estudo, procuro esclarecer o capítulo da história da antropologia no pós-guerra que remete ao engajamento dos antropólogos em programas de assistência técnica na América Latina e envolve a aplicação do conhecimento antropológico ao campo da saúde pública. A investigação revela como cientistas sociais norte-americanos da Smithsonian Institution e antropólogos brasileiros e mexicanos, arregimentados por agências governamentais ou de caráter cooperativo, acabaram se associando a sanitaristas, administradores e educadores em torno de uma agenda comum de ações médico-sanitárias e projetos de desenvolvimento dirigidos às comunidades mais remotas e atrasadas de países como Brasil e México. A rede de especialistas apostou na contribuição que o relativismo cultural podia oferecer considerando a necessidade de tornar inteligível a realidade sócio-cultural das populações alvo das intervenções modernizadoras. Eles também assumiram que vencer as resistências locais à mudança representava um pré-requisito para a eficácia das políticas de saúde e educação sanitária a serem implementadas. No caso do Brasil, o Serviço Nacional de Proteção ao Índio, o Serviço Especial de Saúde Pública e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos foram órgãos pioneiros na incorporação das ciências sociais, vinculando-as a uma agenda de reforma social. O propósito de empregar o conhecimento etnográfico da vida social como um recurso válido para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de políticas públicas também esteve presente nos programas de estudos de comunidade conduzidos por aqui nos anos cinqüenta, como o Projeto do São Francisco e o Projeto Bahia-Columbia. Algumas destas experiências já foram objeto de análise, outras têm aqui sua história recuperada, mas a proposta principal é tomá-las em conjunto, dentro de uma perspectiva comparativa, que visa tanto compor um quadro abrangente dos interesses e compromissos da antropologia do pós-guerra e de sua inserção em domínios não acadêmicos, quanto estimar a contribuição que se esperava extrair da disciplina, e da abordagem relativista preconizada por ela, para os programas de intervenção, com destaque para o campo da saúde pública. (AU)

Processo FAPESP: 05/51563-9 - Antropologia na era da saúde pública: a produção etnográfica sobre corpo, saúde e doença para uso da biomedicina na América Latina
Beneficiário:Regina Érika Domingos de Figueiredo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado