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Avaliação do paladar e das condições orais dos pacientes submetidos ao transplante de medula ossea

Texto completo
Autor(es):
Camila Cominato Boer
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Carmino Antonio de Souza; Fabio de Abreu Alves; Francisco Jose Penteado Aranha
Orientador: Carmino Antonio de Souza
Resumo

Pacientes submetidos ao transplante de células precursoras hematopoéticas (TCPH) apresentam queixas freqüentes de alterações ou perda do paladar e redução do fluxo salivar. O objetivo do estudo foi avaliar a percepção do paladar e sua associação com as condições orais de 61 pacientes adultos, submetidos ao TCPH na Unidade de TMO/Unicamp. Os pacientes foram divididos em três grupos, considerando o tempo pós-TCPH. Grupo I- n= 20) composto por pacientes com até 150 dias pós-TCPH, Grupo II-(n=20), entre 150 e 1094 dias, e Grupo III-(n= 21), acima de 1094 dias. No exame clínico oral foram coletados dados de saúde oral, Índices de CPOD (dentes cariados perdidos e obturados), IG (Índice Gengival) e IP (Índice de Placa), pelo ambulatório de Odontologia. A avaliação subjetiva de paladar foi realizada por meio de questionário, enquanto que a avaliação objetiva utilizou 5 ml de soluções líquidas de NaCl, sacarose, ácido cítrico, cafeína, em três diferentes concentrações cada. O estudo da saliva foi feito por avaliação clinica e pela coleta da saliva não estimulada. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e testes paramétricos e não paramétricos. Dos 61 pacientes avaliados, 31 apresentaram DECHc (Doença do enxerto contra o hospedeiro) sendo que a DECHc oral ocorreu principalmente nos grupos II/III. A mediana do CPOD foi de 22±7,94 enquanto que o do IP e do IG foi de 1,0±0,63 e 0,75±0,50, respectivamente. 43/61 (89,58%) pacientes faziam uso de drogas relacionadas às alterações de paladar, em maior número para o grupo I. A avaliação subjetiva do paladar mostrou que 15 (24,6%) pacientes estavam com paladar mais sensível, e 22 (36,1%), menos sensível após o TCPH. Essas alterações de sensibilidade do paladar estavam associadas à presença de náusea (p= 0,03), alteração de olfato (p= 0,05), sensação de gosto anormal na boca (p= 0,03) e ao uso de medicações (p= 0,03). A avaliação objetiva do paladar mostrou que não houve diferença entre os grupos para a percepção dos sabores amargo e azedo. Os 3 grupos tiveram dificuldade para a discriminação do sabor da concentração fraca de cafeína e grupo I apresentou melhor percepção da intensidade fraca e forte da sacarose (p= 0,04 e p= 0,05). Para a concentração forte da sacarose e média da NaCl, os grupos II e III tiveram melhor percepção destas soluções (p= 0,08). Na avaliação salivar 42 (68,9%) pacientes apresentaram aderência da espátula de madeira à mucosa jugal, 35 (57,4%) ausência de lago salivar sublingual, 26 (42,6%) espessamento salivar e 26 (42,6%) ausência de secreção salivar à estimulação manual dos ductos das parótidas. Estas condições foram correlacionadas com a presença de DECHc oral e xerostomia (p=0,02). O fluxo salivar estava diminuído em 10 (16,4%) pacientes (0.01-1.35- SD 0.296), e hiposalivação foi mais intensa nos grupos II/III (p=0,007). Os resultados indicaram que as alterações de paladar foram observadas somente para os sabores: doce e salgado, nos pacientes com até 3 anos após TCPH. Não foi encontrado correlação dessas alterações com a condição da saúde oral, DECHc oral, hiposalivação. Portanto, as alterações de paladar podem ser consideradas como uma resposta individual do paciente ao TCPH. Palavras chaves: transplante alogênico, percepção do paladar, saliva. forte da sacarose e média da NaCl, os grupos II e III tiveram melhor percepção destas soluções (p= 0,08). Na avaliação salivar 42 (68,9%) pacientes apresentaram aderência da espátula de madeira à mucosa jugal, 35 (57,4%) ausência de lago salivar sublingual, 26 (42,6%) espessamento salivar e 26 (42,6%) ausência de secreção salivar à estimulação manual dos ductos das parótidas. Estas condições foram correlacionadas com a presença de DECHc oral e xerostomia (p=0,02). O fluxo salivar estava diminuído em 10 (16,4%) pacientes (0.01-1.35- SD 0.296), e hiposalivação foi mais intensa nos grupos II/III (p=0,007). Os resultados indicaram que as alterações de paladar foram observadas somente para os sabores: doce e salgado, nos pacientes com até 3 anos após TCPH. Não foi encontrado correlação dessas alterações com a condição da saúde oral, DECHc oral, hiposalivação. Portanto, as alterações de paladar podem ser consideradas como uma resposta individual do paciente ao TCPH. (AU)

Processo FAPESP: 08/01847-9 - Avaliação do paladar e das condições orais dos pacientes submetidos ao transplante de medula óssea.
Beneficiário:Camila Cominato Boer
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado