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Agressões por mordeduras de cães a humanos na cidade de Jaboticabal, São Paulo, Brasil, de 2014 a 2016

Texto completo
Autor(es):
Mirelle Andréa de Carvalho Picinato
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Jaboticabal. 2017-03-02.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal
Data de defesa:
Orientador: Antonio Sergio Ferraudo; Adolorata Aparecida Bianco Carvalho
Resumo

Este trabalho teve por objetivo caracterizar as agressões por mordedura de cães a humanos na cidade de Jaboticabal, SP, Brasil, no período de 2014 a 2016. Para isto, foi construído um banco de dados geográfico com as informações obtidas a partir de entrevistas semiestruturadas aplicadas aos moradores. Essas informações permitiram identificar: os padrões dos cães agressores, as informações gerais dos domicílios e dos proprietários, bem como do comportamento dos animais. Para a avaliação da dinâmica desse processo, além das ferramentas de geoprocessamento, foram utilizadas análises estatísticas descritivas, exploratórias multivariadas, de regressão logística e, posteriormente, abordagens conexionistas (redes neurais artificiais). A estrutura espacial dos modelos de ocorrência das agressões foi avaliada pelos índices de dispersão e agregação, e funções Kernel com distribuição normal. A interpolação pela ponderação do inverso da distância apontou os locais de ocorrência das agressões nos bairros em toda a cidade, caracterizando a regionalização espacial. Os índices de Moran Global e Local e as taxas Bayesianas empíricas estimaram o risco de ocorrência dessas agressões em cada setor. Dos 301 cães estudados, 70% eram machos e 71% não esterilizados. Dos cães agressores, 68% eram sem raça definida (SRD), 22% tinham histórico de agressões anteriores, 48% saiam com guia e 27% saiam soltos, livres nas ruas, 54% reagiam rosnando ou mordendo o proprietário em brincadeiras ou retiradas de objetos, e 48% reagiam quando alguém batia no seu dono e/ou quando seu dono dava atenção para crianças. Dos entrevistados, 81% descreveram seus cães como não obedientes e 74% não sabiam o que é/ou significa zoonoses. As análises estatísticas por setores (83) nas três dimensões específicas: vítimas e ocorrências, características dos animais e comportamentos possíveis de levar ao risco das agressões permitiram visualizar os padrões das ocorrências das agressões e os fatores associados, como: idade das vítimas, adultos e idosos, sexo dos animais agressores, população de cães dentro dos setores, porte médio desses animais, presos na presença de estranhos, alta agressividade dos cães por dominância e falta de obediência. O resultado da classificação dos setores de ocorrência de agressões por redes neurais artificiais de múltiplas camadas superou os resultados obtidos com a análise de regressão logística, mostrando que a separação entre os dois conjuntos não é linear. As análises espaciais destacaram os setores de alta vulnerabilidade social, que são regiões mais periféricas do município, onde há maior número de cães soltos nas ruas e/ou abandonados, que tem causado problemas sanitários e epidemiológicos, devido à ocorrência de acidentes, doenças, presença de lixo e de dejetos dos animais e, portanto, consideradas áreas de alto risco de agressões por mordedura. (AU)

Processo FAPESP: 13/13784-0 - Modelos de distribuição e análises espaciais do risco de agressões por cães e gatos a humanos
Beneficiário:Mirelle Andréa de Carvalho Picinato
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado