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Avaliação comparativa em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico de início adulto e juvenil: perfil clínico, laboratorial e citocinas IL-6, IL-10 e IL-12

Texto completo
Autor(es):
Karina de Oliveira Peliçari
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Simone Appenzeller; Evandro Mendes Klumb; Luíz Carlos Latorre; Manoel Barros Bértolo; Ibsen Bellini Coimbra
Orientador: Simone Appenzeller; Lilian Tereza Lavras Costallat
Resumo

Objetivo: Comparar longitudinalmente manifestações clínicas e laboratoriais, tratamento e citocinas IL-6, IL-10 e IL-12 em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico de início adulto (LESa) e início juvenil (LESj). Métodos: Incluímos 1261 pacientes consecutivos com diagnóstico fechado de LES que acompanhavam no ambulatório de reumatologia e reumatologia pediátrica da UNICAMP. Os dados clínicos, laboratoriais e tratamento, foram obtidos de 1974 até 2016 atraves de um banco de dados especial. Os dados foram avaliados em dois momentos, no início (6 primeiros meses após o fechamento do diagnostico) e seguimento (após os 6 primeiros meses do fechamento do diagnóstico) da doença. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a idade de início da doença: LESj (inicio da doença ?18 anos) e LESa (inicio da doença > 18 anos). 336 (27%) pacientes eram LESj [média de tempo de doença 12.1±8.1 anos] e 927 (73%) LESa [média de tempo da doença 19.4±10,7]. Posteriormente, separamos 130 pacientes [63 LESj (média de tempo de doença 7,3±4,2 anos) e 67 LESa (média de tempo de doença 7,7±3,1)] pareados por tempo de doença, e incluímos 40 controles sadios com gênero semelhante aos pacientes para a analise das citocinas. Realizamos 4 coletas de sangue em 4 tempos distintos (TI, TII, TIII e TIV) num período de 2 anos, além das coletas, foram avaliadas manifestações clínicas, laboratoriais, tratamento, atividade da doença (SLEDAI), sintomas de ansiedade (BAI) e depressão (BDI) foram avaliados em todos os tempos. Danos cumulativos (SDI) foram avaliados no ultimo tempo. Os níveis das citocinas Th1 (IL-12) e Th2 (IL-6 e IL-10) foram mensurados pelo teste de ELSIA e comparados através de testes não paramétricos. Foi considerado significativo quando o p?0,05. Resultados: No inicio e no seguimento da doença, os pacientes LESj tinham significativamente mais rash malar [início p=0,011 e seguimento p=0,019], ulceras orais [início p=0,002 e seguimento p<0,001], cefaleia [início p<0,001 e seguimento p<0,001], coreia [início p=0,001 e seguimento p=0,001] e proteinuria [início p=0,006 e seguimento p=0,003] que pacientes LESa. Pacientes LESa tinham significativamente mais artrite [início p<0,001 e seguimento p<0,001] e fenômeno de Raynaud [início p=0,001 e seguimento p=0,049]. Anti-dsDNA era significativamente mais frequente em pacientes LESj (p<0,001) e anti-Ro foi mais frequente em pacientes LESa (p=0,020). Pacientes LESj tomavam mais doses de prednisona (p<0,001), azatioprina (p=0,023), ciclofosfamida (p<0,001) e micofenolato (p<0,001). Durante o seguimento, significativamente mais pacientes LESj morreram (p=0,020). Em relação às citocinas IL-6 foi mais elevado em pacientes LESa quando comparados com controles sadios (TI p=0,013, TII p=0,015, TIII p=0,004, TIV p=0,634) e IL-12 foi significativamente mais elevada em pacientes LESj quando comparado com controles sadios (TI p=0,04, TII p<0,001, TIII p=0,015, TIV p=0,021). No entanto, não houve diferença significativa em todos os tempos em nenhuma citocina entre pacientes LESa e LESj. Em pacientes LESa, a IL-6 esteve associada a cefaleia (p=0,006), artrite (p=0,044) e nefrite (p=0,012), IL-10 esteve associada a nefrite (p=0,043), hipocomplementemia (p=0,001) e atividade da doença (p=0,001) e IL-12 esteve associada a alopecia (p=0,025) e leucopenia (p=0,044). Em pacientes LESj, IL-6 esteve associada a artrite (p=0,022) e rash malar (p=0,012). Conclusão: Pacientes LESj tem uma maior frequência de manifestações mucocutâneas e sintomas neuropsiquiátricos, enquanto que LESa tem maior frequencia de artrite. Pacientes LESa e LESj com longo tempo de doença, apresentam níveis similares de citocinas. Em pacientes LESa IL-6 esteve associada a cefaleia, artrite e nefrite e no LESj IL-6 esteve associada a artrite e rash malar. IL-10 esteve associada à nefrite, hipocomplementemia e atividade da doença e IL-12 esteve associada à alopecia e leucopenia no LESa (AU)

Processo FAPESP: 12/21071-0 - Estudo longitudinal das interleucinas 6, 10, 12 e 17 e associações clínicas e laboratoriais em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
Beneficiário:Karina de Oliveira Peliçari
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado