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Mucíná wa Maputz *aquela que dança em Maputz*: um estudo do método etnográfico na pesquisa em prática artística em dança contemporânea, em Maputo

Texto completo
Autor(es):
Marília Clemente Gomes Carneiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Educação
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcia Maria Strazzacappa Hernandez; Ana Lúcia Guedes Pinto; Jorge de Albuquerque Vieira; Sandra Meyer Nunes; Rogério Adolfo de Moura
Orientador: Marcia Maria Strazzacappa Hernandez
Resumo

Mucíná wa Maputz: aquela que dança em Maputz, do xangana ao português. Mucíná é o(a) bailarino(a) da dança contemporânea(DC). Maputz é o espaço geográfico: lugares e entre lugares da DC em Maputo, Moçambique, África. É para lá que iremos. O leitor encontrará um mapa e indicações para uma deriva sensorial por teatros, salas de ensaio e trajetos, um exercício de escrita performática que reenvia o leitor a seu próprio corpo em movimento no espaço urbano contemporâneo, uma certa África. Nosso propósito: estudar, a partir da experiência, o método etnográfico nucleado na prática artística da DC. Com vistas à compreensão, descreve-se a experiência. Temos portanto, um estudo do método, uma metodologia. Filiada conceitualmente à pesquisa em prática artística (Fortin&Gosselin, 2014) ¿ cujo requisito é o pesquisador ser praticante de arte ¿ pretende contribuir com o esforço atual de desenvolvimento de metodologias de pesquisa em Dança. Foi feita uma consulta à Antropologia, disciplina fundadora da etnografia, e inventado um design do método, definindo a perspectiva de insider (Davida, 2012) ¿ apesar de ser estrangeira ¿ perguntando 1.pelos procedimentos, técnicas e instrumentos envolvidos na coleta dos dados e abertura do campo; 2.pelos dados que estariam observáveis pela dançarina pesquisadora; 3.pelo que seriam os dados somáticos na etnografia da dança, interessando-me que forma tomariam na anotação e sua participação na construção da reflexão; 4.pelo comportamento do método em processos de criação coreográfica. Apresento a montagem metodológica iniciada três anos antes do trabalho de campo presencial, falo em termos de um experimento etnográfico, que atravessa a criação da situação do experimento (uma residência artística em DC em Maputo), o desenho metodológico que norteou a coleta de dados, e também a ideia de procedimentos preparatórios (estudo exploratório; informe de repertório de conversas; ansiolítico para ansiedade metodológica; manutenção da prática artística ¿ treinamento corporal, experimentos cênicos, cultivo de jardim coreográfico, desenvolvimento pedagógico; operacionalização do registro). Exploro a escrita como meta-dança (Sklar, 2000) e a estratégia secreta "tratar a si mesmo como um outro", dando voz a diferentes personagens. Descrevo aspectos da realização do experimento em Maputo. Toma forma Maputz, o terreno da coleta de dados. A desmontagem metodológica pondera sobre os procedimentos urdidura 1.recolha de documentos, 2.entrevistas, 3.observação participante(OP) e 4.registro, e o experimento revelou também outros procedimentos, subjacentes e fundamentais, que tecem o campo. A ênfase do trabalho recai sobre a OP (práticas de treinamento, criação e difusão em DC) e o registro, onde privilegiei a escrita diária enriquecida. O texto explora diferentes estilos, destacando particularmente as Práticas Analíticas Criativas (Richardson & St. Pierre, 2005), cinco ao todo, entremeadas na tese. Ao final, duas ideias para tratar os dados etnográficos, 1.uma heurística (Moustakas, 1990) de dados somáticos [dados deriva (corpocidade), experiência cinestésica (#,b), RSP (reações somáticas do pesquisador-intuição)], 2.uma análise que aproxima a experiência etnográfica de processos de criação. Entre uma série de conclusões, concluo que Não é a formiga que anda a cavalo. É o cavalo que leva a formiga. Ao sair do texto, seguramente o leitor estará informado também sobre a dança contemporânea em geral e Maputo em particular (AU)

Processo FAPESP: 11/17951-2 - Uma etnografia da Dança contemporânea em Maputo, Moçambique, África.
Beneficiário:Marília Clemente Gomes Carneiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado