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A conservação da caatinga entre arenas políticas do semiárido brasileiro

Texto completo
Autor(es):
Amanda Sousa Silvino
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Lúcia da Costa Ferreira; Aline Vieira de Carvalho; Donald Robert Nelson; Luís Tadeu Assad; Valeriano Mendes Ferreira Costa
Orientador: Lúcia da Costa Ferreira; Eduardo Sonnewend Brondízio
Resumo

Esta tese apresenta as arenas políticas que, entre os séculos XX e XXI, consolidaram as narrativas atuais sobre a conservação da caatinga. Busca responder como um ambiente historicamente visto como hostil passou a ser reivindicado como natureza importante para a conservação da biodiversidade. Para tanto, levantou dados documentais, bibliográficos, de campo e realizou 44 entrevistas semi-estruturadas com atores envolvidos direta e indiretamente com a conservação. As entrevistas foram transcritas e as categorias de análise (narrativa, conflito, parceria e nível de ação) identificadas no software NVivo. A visualização das redes de parceria entre atores foram realizadas no software Cytoscape, evidenciando os níveis de ação (local, estadual, regional, nacional e internacional). A discussão dos resultados foi realizada para duas arenas políticas: (i) arena do semiárido; (ii) arena da biodiversidade. Em uma perspectiva histórica, a pesquisa mostrou que a arena política do semiárido, mais antiga, consolidou-se através de narrativas sobre a caatinga hostil, evidenciando as secas e os desafios sociais da convivência com o semiárido como dilema central. Já a arena da biodiversidade, mais recente, tem buscado consolidar narrativas de uma caatinga verde, florestal e biodiversa, evidenciando a preservação da biodiversidade como dilema central. Cada arena apresenta estratégias distintas para a conservação: enquanto a arena do semiárido fomenta ações voltadas à agroecologia e tecnologias sociais, a arena da biodiversidade defende a implementação de unidades de conservação de proteção integral e busca mudar a imagem historicamente consolidada de uma caatinga seca e hostil. A pesquisa problematizou a conservação da caatinga enquanto um processo social, parte de disputas políticas complexas, onde atores agem em múltiplos níveis de ação. Por fim, mostrou como diferentes atores, seja a partir da visão de uma caatinga hostil, seja a partir de uma visão da caatinga biodiversa, negociam interesses, lidam com conflitos e influenciam as estratégias de conservação (AU)

Processo FAPESP: 16/06890-6 - Arenas de conservação caatinga: processos decisórios e conflitos no semiárido brasileiro
Beneficiário:Amanda Sousa Silvino
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado