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Biologia reprodutiva de Leposternon microcephalum (Squamata, Amphisbaenidae) do Sudeste do Brasil

Texto completo
Autor(es):
Lívia Cristina dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Selma Maria de Almeida Santos; Marta Maria Antoniazzi; Marcio Roberto Costa Martins
Orientador: Selma Maria de Almeida Santos
Resumo

Os Amphisbaenia (cobras de duas cabeças) têm sua biologia reprodutiva pouco conhecida, em parte devido à dificuldade de observações em campo e de coleta desses animais, que possuem hábitos fossórios. Leposternon microcephalum, da família Amphisbaenidae, é uma espécie amplamente distribuída no Brasil. Este trabalho teve como objetivo estudar aspectos da biologia reprodutiva de L. microcephalum do Sudeste do Brasil, tais como fecundidade, época de recrutamento, a ocorrência de oviposturas em formigueiros, tamanho de maturidade sexual, sintopia das gônadas, e dimorfismo sexual de comprimento e diâmetro do corpo, bem como analisar os ciclos folicular e espermatogênico e caracterizar a morfologia das gônadas e vias genitais. Para tanto, foram utilizados espécimes de coleção coletados em diferentes meses do ano para análise e medidas dos testículos, ductos deferentes, folículos ovarianos e ovidutos. Tais órgãos foram ainda analisados sob microscopia de luz, visando à descrição de sua estrutura e um estudo mais aprofundado do ciclo reprodutivo. Foram ainda escavados formigueiros para procura de ovos. Observou-se que o ciclo reprodutivo da fêmea dura pelo menos dois anos, sendo que o depósito mais substancial de vitelo é do tipo vernal (pré-nupcial), concentrado nos três meses que precedem a ovulação. Essa se dá provavelmente na mesma época da cópula, entre Novembro e Dezembro. A espermatogênese é do tipo misto, e o pico de produção de espermatozóides ocorre cerca de dois meses antes da cópula, havendo pequena fase de estocagem de esperma nos ductos deferentes. Nessa época, o epitélio desses ductos torna-se secretor. Após a fase espermatogênica, há uma acentuada involução dos testículos. O número de ovos produzido por fêmea provavelmente varia entre dois e seis. Os ovidutos dividem-se, segundo sua estrutura observada sob microscópio de luz, em vagina, útero, infundíbulo posterior e infundíbulo anterior. A maturidade sexual dos espécimes pode ser inferida com base na opacidade dos ductos genitais, e é atingida provavelmente aos três anos de idade. A gônada direita é normalmente mais cranial em relação à esquerda, e há uma região de sobreposição, na qual ambas se dispõem lado a lado. Não foi observado dimorfismo sexual, e a ovipostura em formigueiros não parece ser obrigatória. (AU)

Processo FAPESP: 06/58529-3 - Biologia reprodutiva de leposternon microcephalum (squamata, amphisbaenidae) do sudeste do brasil.
Beneficiário:Lívia Cristina dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado