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O Brasil como um potência emergente: seu papel na transição para um ordem multipolar e as consequências para suas relações com os EUA

Texto completo
Autor(es):
Albert Roy Leatherman III
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Relações Internacionais (IRI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Amâncio Jorge Silva Nunes de Oliveira; Luis Fernando Ayerbe; Kai Enno Lehmann
Orientador: Amâncio Jorge Silva Nunes de Oliveira
Resumo

Esta dissertação de mestrado analisa os efeitos da ascensão econômica e política do Brasil sobre a capacidade do país em haver moldado a ordem global via soft balancing durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, bem como o consequente impacto dessa ascensão sobre as relações do Brasil com os Estados Unidos. A fim de contextualizar os efeitos do soft balancing brasileiro em instituições internacionais e nas relações brasileiro-americanas, este texto realiza, primeiramente, uma revisão da literatura teórica e empírica pertinente relativa a paz liberal (e, inversamente, conflitos relacionados ao comércio), a paz democrática e a natureza e evolução da governança global. No contexto tanto da paz liberal quanto da governança global, a literatura sugere o potencial ou de aumento da cooperação entre Brasil-Estados Unidos ou de intensificação do conflito decorrente de interesses divergentes dos países e da busca por influência na transformação para um mundo multipolar. Paralelamente, a literatura indica o potencial de que valores compartilhados tenham promovido harmonia bilateral, mas aponta ainda para as limitações da consolidação democrática do Brasil, cujos efeitos podem ter enfraquecido a importância da democracia como um catalisador das relações brasileiro-americanas durante a presidência de Lula. A parte empírica deste texto, após uma breve análise da história de busca brasileira por poder vis-à-vis aos Estados Unidos e da limitada expansão do hard power (poder militar) brasileiro, foca-se no uso que Lula fez do soft power como forma de contra-balancear a influência americana na América do Sul e ao redor do mundo. Lula adotou uma estratégia clássica de soft balancing de potências intermediárias por meio da construção de coalizões regionais e globais, além da influência em instituições internacionais. Apesar dos limitados resultados dos esforços de Lula em formar coalizões, a estratégia brasileira de soft balancing foi, no entanto, bem sucedida em tornar a posição brasileira mais relevante para a governança global e a política americana. Apesar dos dois países terem sido capazes de manter relações construtivas em áreas de interesse e valores comuns, o progresso crescente de Lula em limitar a influência americana e solidificar a posição brasileira de potência intermediária levou, de maneira geral, a atritos entre Brasil e Estados Unidos. (AU)

Processo FAPESP: 09/13370-5 - O Brasil como um potência emergente: seu papel na transição para um ordem multipolar e as consequências para suas relações com os EUA
Beneficiário:Albert Roy Leatherman Iii
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado