A nova ordem sociometabólica da produção pesqueira no Brasil: as formas de controle do trabalho e da natureza versus as formas de resistências dos(as) trabalhadores(as)

Autor(es)

Larissa Tavares Moreno

• Tipo de documento: Tese de Doutorado
• Imprenta: Presidente Prudente. 2021-04-05.
• Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente
• Data de defesa: 2021-02-04
• Orientador: Marcelo Dornelis Carvalhal; Carlos Alberto Feliciano

Resumo

A expansão do capital, em especial diante da racionalidade neoliberal, no setor pesqueiro brasileiro através da atividade aquícola empresarial, se constrói mediante um complexo de fatores que a possibilitaram ser caracterizada enquanto mais uma frente de atuação na produção de alimentos (os pescados) ao mercado. Deste modo, o objetivo geral deste estudo é compreender a expansão do capital em torno da produção pesqueira brasileira, os seus territórios de expansão e os reflexos desse processo aos trabalhadores. Nessa tese argumenta-se que, a despeito do projeto político e ideológico consolidado e amplamente divulgado a favor da aquicultura empresarial, ocorre também, ainda que de maneira mascarada, a exploração e degradação da natureza e do trabalho, e os conflitos territoriais. Do mesmo modo, o estudo evidencia as ações contra-hegemônicas, as lutas e reexistências dos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos diante da condição de subordinados à lógica aquícola ou enquanto impactados pela aquicultura, por meio das disputas e conflitos no/por território. Para isto, a investigação, além do arcabouço teóricoconceitual, constituiu-se de dados secundários coletados e tabulados, bem como de entrevistas semiestruturadas realizadas com diferentes sujeitos sociais que envolvem o complexo produtivo pesqueiro e aquícola. Sendo que a pesquisa selecionou dois recortes espaciais de análise. O estado do Paraná, em especial a região oeste, que atualmente registra o maior polo produtivo de tilápias do país. E o Ceará, no litoral leste, devido a expressividade e histórico no cultivo de camarão no Brasil. Como resultados a tese identificou que a aquicultura empresarial visa atender os interesses do capital, em consonância ao Estado, no tocante a produção de pescados, de maneira que isso envolve o controle de terras e água, a subordinação do trabalho, da produção e/ou circulação. Por outro lado, evidenciou-se que existem processos de enfrentamentos e resistências no sentido de romper com a proposta de privatização e exploração da natureza, da subordinação do trabalho, e a forma de se produzir alimentos, por exemplo. Ações que visam retomar a unidade entre o ser social e natureza, possibilitando formas outras de produzir, viver, se relacionar, de controle sobre o trabalho e os usos da água, da terra e dos territórios. (AU)

• Processo FAPESP: 17/05923-0 - A nova ordem sociometabólica da produção pesqueira no Brasil: as formas de controle do trabalho e da natureza versus as formas de resistências dos(as) trabalhadores(as)
• Beneficiário: Larissa Tavares Moreno
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado