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Estrutura de populações de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (Annonaceae) e Roupala montana Aubl. (Protecease) em quatro fragmentos de cerrado sensu lato no municipio de Itirapina/SP

Texto completo
Autor(es):
Aneliza de Almeida Miranda Melo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Flavio Antonio Maës dos Santos; John Du Vall Hay; Kikyo Yamamoto; Carlos Alfredo Joly
Orientador: Fernando Roberto Martins; Flavio Antonio Maës dos Santos
Resumo

A estrutura populacional de duas espécies, Xylopia aromatica e Roupala montana, foi estudada em quatro fragmentos de cerrado no município de Itirapina/SP com diferentes fisionomias e históricos de perturbação e em três áreas, dentro de um mesmo fragmento, com fisionomias semelhantes. Em cada área, dentro de cada fragmento, foi instalada uma grade de 200 parcelas contíguas de 5 x 5 m, totalizando 0,5 ha. Em cada parcela todos os indivíduos das duas espécies com diâmetro do caule à altura do solo (DAS) = 3 cm foram marcados e sua altura e seu DAS foram registrados. Em sub-parcelas de 1 m2, sorteadas dentre os vértices de cada parcela de 25 m², foram marcados os indivíduos com DAS < 3 cm. Para cada espécie estudada, foram identificados seis estádios ontogenéticos: plântula (apresentava uma ou duas folhas cotiledonares), jovem 1 (não apresentava cotilédones nem ramificações), jovem 2 (possuía ramificações), imaturo (apresentava ramificações e reiterações), adulto vegetativo (apresentava diâmetro e altura iguais ou maiores que as do menor indivíduo reprodutivo, mas não se reproduziu no período de coleta de dados) e adulto reprodutivo (apresentava flor, fruto ou cicatriz dessas estruturas), os quais foram utilizados nas demais análises. Uma grande plasticidade da forma arquitetural foi observada entre as espécies, e essas variações foram maiores entre o fragmento de fisionomia mais florestal e os mais abertos. Isto sugere que, dependendo das características de crescimento e da estratégia de resistência e/ou reprodutiva adotadas pelas espécies frente a um fator de perturbação, diferentes formas arquiteturais poderão ser encontradas. A estrutura de estádios ontogenéticos apresentou maior proporção de estádios iniciais de Xylopia nas fisionomias mais abertas e sujeitas a alta perturbação. Já Roupala, apresentou alta proporção de Jo1 e de Jo1: AR no Valério 1, o qual apresenta fisionomia mais florestal. Essa predominância de diferentes estádios e as diferentes proporções entre estádios geraram estruturas populacionais diferentes em ambas espécies, tanto entre fragmentos com fisionomias diferentes quanto dentro de um mesmo fragmento. Essas diferenças podem ter sido influenciadas pelo histórico de perturbação e pelas características reprodutivas, como padrão fenológico e tipo de reprodução. A distribuição espacial dos estádios ontogenéticos de Xylopia e Roupala variou, e as diferenças foram maiores entre áreas dentro de um mesmo fragmento do que entre fragmentos. Xylopia apresentou padrão espacial aleatório em todos os estádios, exceto para os estádios tardios, no fragmento de fisionomia mais florestal (Valério), em que o padrão foi agregado, enquanto Roupala apresentou predominância de padrão agregado em todos os estádios. Essas diferenças entre as distribuições espaciais podem ser uma conseqüência da variação das condições ambientais, principalmente de luminosidade, ou a influência de outros fatores aqui não estudados. Foi observado que Xylopia ocorreu em todos os fragmentos, enquanto Roupala não, indicando um padrão agrupado de ocorrência de Roupala na escala entre fragmentos e, ambas espécies apresentaram densidade menor em fragmentos mais abertos, levando-nos a inferir que perturbações, padrão fenológico e tipo de reprodução são prováveis responsáveis pela distribuição espacial das espécies entre os fragmentos e pelas suas densidades. Por fim, diferenças na arquitetura e nas estruturas de estádios ontogenéticos e espacial, como observado neste trabalho, levam a concluir que estudos que enfoquem variações espaciais dentro e entre áreas e as características das espécies e seus habitats são de fundamental importância para compreender melhor quais fatores influenciam os processos populacionais, qual a sua importância em diferentes locais e suas conseqüências. Assim, a importância de preservação de um maior número possível de fragmentos ganha destaque neste contexto, como sugerido por diversos pesquisadores, pois cada área de cerrado constitui um ambiente diferenciado, que pode contribuir para o sucesso da espécie. Além disso, meios de contenção de fatores de perturbação, como a retirada do gado, o controle do fogo indiscriminado, através da construção de aceiros, são fundamentais nos fragmentos onde essas perturbações são freqüentes (AU)

Processo FAPESP: 01/13046-1 - Estrutura de populações de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. e (Annonaceae) e Roupala montana Aubl. (Proteaceae) em quatro fragmentos de cerrado sensu lato no município de Itirapinal/SP
Beneficiário:Aneliza de Almeida Miranda Melo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado