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Entendendo os sistemas silvipastoris brasileiros com base em dados experimentais e modelagem funcional-estrutural

Texto completo
Autor(es):
Nilson Aparecido Vieira Junior
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fábio Ricardo Marin; Paulo Henrique Caramori; Fernando Campos Mendonça; Bruno Carneiro e Pedreira
Orientador: Fábio Ricardo Marin
Resumo

Nos últimos anos, estudos vem mostrando o potencial dos sistemas silvipastoris em elevar a sustentabilidade da produção pecuária por meio da integração de árvores, pastagem e animais. Porém a adição de árvores no sistema pode desfavorecer o crescimento da pastagem, tornar mais complexas as operações de manejo e planejo e assim limitar sua adoção. O objetivo desse estudo foi avaliar a incidência de radiação solar em sistema silvipastoril por meio de um dados experimentais previamente coletados e um modelo funcional e estrutural de plantas. Para isso foram coletados 50 pontos de radiação fotossinteticamente ativa entre os renques de árvore, além de amostras da forragem em 3 diferentes tratamentos; 2 distâncias entre os renques de árvores (4m e 15m) e a pleno sol. A orientação do renque de árvores e a posição do sol ao longo do ano influenciou na qualidade e na produção da forragem. A produção de forragem foi menor mais próximo ao renque das ávores, enquanto que mais ao centro houve menor teor de fibra e maior produção em todas as estações do ano. Posteriormente foi desenvolvido uma abordagem em que se acoplou um modelo funcional-estrutural de plantas para simular a interceptação de radiação pelas árvores em diferente idades, com um modelo baseado em processo para simulação da produção da forragem. Ambos os modelos foram calibrados com dados previamente coletados. Para simular os diferentes arranjos e manejos no sistemas determinou-se 29 zonas agroclimáticas para representar toda a região produtora pecuária brasileira. Os sistemas silvipastoris simulados foram selecionados pelas combinações de espaçamentos entre renques (15, 30 e 45m), duas orientações (Norte-Sul e Leste-Oeste) e renques simples ou triplos. As simulações foram replicadas para diferentes idades das árvores (2, 4, 6, 8, 10 e 12 anos). Simulou-se quatro cenários de manejo das árvores com base nas práticas mais adotadas pelos produtores. Para sistemas silvipastoris com renques simples, foram simulados dois manejos: (i) poda de 40% da copa e desbaste alternada de 50% das árvores (M1) e (ii) poda de 40% da copa das árvores (M2). Para renques triplos, simulou-se os seguintes manejos: (i) poda de 40% da copa e desbaste alternada de 50% das árvores (M3) e (ii) poda de 40% da copa e desbaste das árvores externas (M4). Verificou-se que todos os arranjos de sistemas silvipastoris apresentaram uma produção satisfatória nos primeiros anos de implantação do sistema. Simulações para árvores com 2 anos de idade indicaram que os níveis de produção de biomassa forrageira variaram de 16.000 a 18.000 kg ha-1. Verificou-se a necessidade de práticas de manejo das árvores após 6 anos da implantação dos sistemas silvipastoris com 15m de espaçamento. A poda ou desbaste são recomendados após 8 anos para sistemas com espaçamento de 30 m e após 10 anos nos sistemas com espaçamento entre renques de 45m. Essa abordagem apresentou resultados satisfátorios e pode ser aplicada para outras espécies ou até mesmo outros tipos de sistemas agrossilvipastoris, se mostrando uma ferramenta importante para auxiliar no planejamento e tomada de decisão. (AU)

Processo FAPESP: 18/15355-2 - Modelagem funcional-estrutural aplicada aos sistemas silvipastoris brasileiros
Beneficiário:Nilson Aparecido Vieira Junior
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado